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ESTUDO

Com 18,5% das emissões compensadas, MS supera estados maiores em eficiência ambiental

Mesmo entre os 15 maiores emissores do país, MS tem uma das menores sobras líquidas de CO₂

Mesmo entre os 15 maiores emissores do país, MS tem uma das menores sobras líquidas de CO₂ - Foto: Reprodução - Ralf Vetterle/Pixabay
Mesmo entre os 15 maiores emissores do país, MS tem uma das menores sobras líquidas de CO₂ - Foto: Reprodução - Ralf Vetterle/Pixabay

Mato Grosso do Sul aparece entre os estados mais eficientes na compensação de gases de efeito estufa (GEE) por meio do uso de biocombustíveis. O dado faz parte do relatório Descarbonização da Matriz de Combustíveis 2024, publicado pela FGV Bioeconomia, que analisou as emissões e emissões evitadas em todos os estados brasileiros com base no uso de etanol e biodiesel.

Em 2024, MS emitiu 7,2 milhões de toneladas de CO₂ equivalente com combustíveis fósseis — sendo 5,4 milhões no ciclo diesel e 1,8 milhão no ciclo Otto. Desse total, 1,33 milhão de toneladas deixaram de ser lançadas na atmosfera: 734 mil toneladas foram evitadas com o uso de etanol, e 596 mil com biodiesel. Isso representa 18,5% de suas emissões totais compensadas, desempenho superior ao de 19 unidades da federação.

“Ciclo Otto” refere-se aos veículos leves, movidos a gasolina ou etanol.
“Ciclo Diesel” diz respeito aos veículos pesados, como caminhões e ônibus, que utilizam diesel e biodiesel.

Mato Grosso do Sul também apresenta uma das menores diferenças líquidas entre o total de emissões e o volume compensado com biocombustíveis entre os estados com grande volume emissor.: 5,87 milhões de toneladas.

Na prática, isso mostra que Mato Grosso do Sul, mesmo não sendo o maior emissor, é proporcionalmente um dos que mais reduz os impactos climáticos com biocombustíveis.

Embora existam estados com menor diferença em números absolutos, como Acre e Amapá, eles representam parcelas muito pequenas das emissões nacionais. Entre os estados que ultrapassaram 5 milhões de toneladas emitidas, nenhum compensou proporcionalmente tanto quanto Mato Grosso do Sul.

Como MS se compara aos maiores emissores:

  • São Paulo emitiu 63,7 milhões de toneladas de CO₂ e evitou 20,6 milhões (32,3% compensadas).
  • Minas Gerais emitiu 23 milhões e evitou 7,5 milhões (32,3%).
  • Paraná emitiu 17,7 milhões e evitou 4,9 milhões (27,4%).
  • Mato Grosso do Sul, com 7,2 milhões emitidos, evitou 1,33 milhão (18,5%).

Já entre os estados com desempenho inferior ao de MS na proporção de emissões evitadas estão:

  • Rio Grande do Sul: 14,3% (11,1 milhões emitidos; 2,8 milhões evitados);
  • Bahia: 18,1% (10 milhões emitidos; 2,86 milhões evitados);
  • Pará: 13,8% (8,3 milhões emitidos; 1,59 milhão evitado);
  • Santa Catarina: 11,4% (8,6 milhões emitidos; 2,47 milhões evitados).

O relatório aponta que a expansão do etanol e a mistura obrigatória de biodiesel no diesel foram essenciais para os bons resultados. Mato Grosso do Sul, com vocação agroindustrial e matriz energética já parcialmente limpa, é um dos estados com maior potencial para ampliar ainda mais o uso de fontes renováveis no transporte.