O avanço da conectividade em Mato Grosso do Sul ganhou destaque nacional com o projeto da Infovia Digital, parceria público-privada que interliga escolas, hospitais, delegacias e outros equipamentos públicos em todos os 79 municípios do estado.
Durante entrevista ao vivo no programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande, o CEO da Sonda Brasil, Ricardo Scheffer, afirmou que o projeto tem “potencial transformador real” e representa um marco para a infraestrutura tecnológica da região.
A Sonda, multinacional chilena com mais de duas décadas de atuação no Brasil, foi a empresa responsável pela implantação da Infovia, que inclui mais de 7 mil quilômetros de fibra ótica.
O projeto já conecta mais de 1.600 unidades públicas e prevê Wi-Fi gratuito em 129 praças públicas, promovendo inclusão digital e acesso a serviços como saúde e educação com maior qualidade e agilidade.
“A Infovia é como um pavimento digital que cobre todo o estado. Sem essa base, não é possível levar as novas tecnologias à população”, explicou Scheffer.
Conectividade com impacto direto no cidadão
De acordo com o executivo, a estrutura criada permite que o poder público ofereça serviços com mais precisão, segurança e eficiência. A ideia é que esse ambiente favoreça inovações como saúde 4.0, com atendimentos remotos e uso de dados integrados, e educação 4.0, com acesso remoto ao ensino de qualidade, mesmo em regiões mais isoladas.
Scheffer também destacou que o projeto vai além do investimento financeiro ou da visibilidade para a empresa. Segundo ele, trata-se de uma ação com retorno social concreto:
“Esse projeto nos dá orgulho. Ele entrega valor real à população e representa um passo importante para um futuro mais sustentável”, disse.
Crescimento da Sonda e projeções para o setor
A Sonda Brasil fechou 2024 com um crescimento de 18%, somando US$ 1,54 bilhão em faturamento. Para Scheffer, o desempenho se deve à atuação da empresa por especialização de mercado e pela capacidade de “compreender os desafios reais dos clientes em diferentes setores”.
Além disso, o CEO comentou as tendências que devem moldar o mercado de tecnologia no Brasil e na América Latina nos próximos anos. Para ele, a inteligência artificial é um caminho sem volta, mas deve ser acompanhada de regulamentações equilibradas, que não inibam seu uso positivo.
“Sempre digo: se a IA eliminar empregos em massa, quem vai consumir? Um robô não compra, não viaja, não veste. A população continua sendo essencial para o equilíbrio econômico”, refletiu Scheffer.
Data centers e segurança cibernética em pauta
Scheffer defende que, para que a inteligência artificial funcione, é necessário investir fortemente em infraestrutura de data centers — setor em que o Brasil tem grande potencial, segundo ele.
Fatores como produção de energia limpa, clima estável e ausência de desastres naturais tornam o país ideal para esse tipo de instalação.
Outro ponto destacado é a cibersegurança, que ganha ainda mais relevância com o volume crescente de dados gerados e processados.
“A IA lida com dados sensíveis. Garantir que esses dados circulem de forma segura é essencial para proteger o cidadão e manter a confiança no sistema”, alertou.
Confira a entrevista na íntegra: