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RETROSPECTIVA DO AGRO

Com produção histórica e expansão industrial, Mato Grosso do Sul fecha 2025 entre os gigantes do agronegócio

Estado registra 28 milhões de toneladas de soja e milho, amplia exportações e atrai novas indústrias

Safra de soja em Mato Grosso do Sul: recorde de produção impulsionou crescimento do agro em 2025 e fortaleceu a economia do estado - Foto: Divulgação/Famasul
Safra de soja em Mato Grosso do Sul: recorde de produção impulsionou crescimento do agro em 2025 e fortaleceu a economia do estado - Foto: Divulgação/Famasul

Mato Grosso do Sul encerra 2025 como um dos estados que mais avançaram no agronegócio, safra recorde de soja e milho impulsiona o estado, crescimento expressivo do Valor Bruto da Produção (VBP) e conquistas sanitárias ampliaram mercados. O desempenho consolidou o estado como referência em produtividade, sustentabilidade e competitividade, além de atrair novas indústrias e ampliar fronteiras produtivas.

A safra 2024/25 somou 28 milhões de toneladas de soja e milho, alta de 35% em relação ao ciclo anterior, e garantiu a 5ª posição no ranking nacional. A produtividade do milho foi o grande destaque, com aumento de 62% após forte quebra no ano anterior.

O crescimento também foi impulsionado pela expansão das indústrias de etanol de milho. Na safra atual, o estado produziu 1,58 bilhão de litros do biocombustível, avanço de 58% e estímulo direto à demanda por grãos.

Outras cadeias ganharam força, como a citricultura, que projeta 30 mil hectares de laranja, e o amendoim, com 43,5 mil hectares cultivados em 2025. No setor florestal, o eucalipto ultrapassou 1,89 milhão de hectares, impulsionado pela expectativa de novas plantas industriais em Inocência e Bataguassu.

Além do desempenho produtivo, 2025 marcou a intensificação das práticas de manejo sustentável. Sistemas integrados, rotação de culturas e técnicas de mitigação climática fortaleceram uma agricultura mais resiliente.

Tamiris Azoia, coordenadora do departamento técnico da Famasul, ressalta o trabalho dos produtores de Mato Grosso do Sul.

“Os produtores sul-mato-grossenses demonstraram mais uma vez sua capacidade de adaptação, investindo em tecnologias que elevam a produtividade e preservam o meio ambiente”, afirma Tamiris.

Na pecuária, o estado registrou avanços importantes. O abate de bovinos cresceu 4%, somando 4,1 milhões de cabeças, enquanto a suinocultura chegou a 3,5 milhões de animais abatidos. A avicultura manteve estabilidade com 186,2 milhões de aves processadas. O VBP atingiu R$ 84 bilhões, alta de 18%, e o PIB estadual deve fechar o ano com crescimento de 6,8%, totalizando R$ 227 bilhões.

As exportações do agronegócio também avançaram. Entre janeiro e novembro, o setor faturou US$ 9,2 bilhões, crescimento de 4%. A celulose liderou as vendas externas, representando 31% da receita, seguida pela soja em grãos e pela carne bovina, que registrou aumento de 51%.

A infraestrutura para escoamento da produção recebeu investimentos essenciais. A retomada da concessão da BR-163/MS prevê R$ 16,6 bilhões em obras ao longo de 29 anos. Outro projeto estratégico, a Rota da Celulose, prevê R$ 10 bilhões em melhorias em 870 km de rodovias. O leilão da Hidrovia do Rio Paraguai, marcado para 2026, promete reduzir custos logísticos, enquanto melhorias em aeroportos ampliam a movimentação de cargas de maior valor agregado.

A citricultura, uma das principais apostas do estado, ganhou novo impulso com ações legais e sanitárias implementadas em 2024 e 2025, incluindo a proibição da murta, planta que hospeda o vetor do greening, e linhas de crédito específicas para implantação e manutenção de pomares. Municípios como Ribas do Rio Pardo e Campo Grande regulamentaram a “Lei do Citrus”, reforçando o controle fitossanitário.

O ano também foi marcado por conquistas sanitárias decisivas. Em maio, o Brasil obteve o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) no qual a Famasul teve papel fundamental. O estado manteve ainda o status sanitário em outras cadeias, livre de doenças como Influenza Aviária, Peste Suína Africana e Doença de Newcastle.

O presidente da Famasul Marcelo Bertoni destacou as conquistas do estado em 2025.

“Esse reconhecimento reforça a credibilidade da pecuária de Mato Grosso do Sul e abre novas portas no mercado global”, ressalta Marcelo Bertoni.

Na agenda ambiental, o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) Bioma Pantanal compensou 59 propriedades pela conservação de áreas nativas além do exigido por lei, somando R$ 30 milhões, enquanto a Lei do Pantanal garantiu segurança jurídica e valorização das práticas sustentáveis tradicionais na região.

*Com informações da Famasul