Com o tema local “Eucaristia, fonte de vida e esperança”, a manhã de Corpus Christi em Campo Grande começou ainda na madrugada para muitos católicos que, com fé e dedicação, se reuniram para montar os tradicionais tapetes que enfeitam a Avenida Afonso Pena, a Rua 13 de Maio e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, por onde passará a procissão com o Santíssimo Sacramento.
Cerca de 4 mil voluntários, de mais de 100 comunidades, se mobilizaram — entre eles, Wilson de Souza, comerciante e membro da Paróquia Imaculado Coração de Maria, que há mais de 35 anos ajuda na organização dos tapetes. “A gente não considera um feriado, a gente considera uma celebração. É o passeio de Cristo. Os tapetes representam o caminho por onde Ele vai passar, então a gente faz o melhor para Ele caminhar sobre esse tapete”, afirma.
A celebração não é apenas religiosa, mas também comunitária, como explica Karine França Torres, estudante de Agronomia e membro da Paróquia Nossa Senhora Aparecida das Moreninhas. Desde a infância, ela participa da festividade. “É um convívio fraterno que a gente tem. Estamos aqui pela presença eucarística de Jesus Cristo. É uma celebração que acontece no mundo todo, não só aqui”, ressalta.
Famílias inteiras compareceram para prestigiar o evento. A professora Gabriela Mena e o empresário Davi Henrique estão juntos há 13 anos e, agora com o filho Gustavo, pretendem manter a tradição de prestigiar as expressões de arte e fé. “É algo que fica. São memórias que a gente cria, para ele [Gustavo] entender mais da fé católica”, conta Gabriela, que garante a participação na montagem quando Gustavo aprender a andar.
Nem só os católicos se sentem tocados. Wesley Eduardo, assessor jurídico e evangélico, visitou o evento pela primeira vez com sua filha Jade. “É uma obra de arte. Você vê que Deus está presente em todos os detalhes. É um privilégio estar aqui e mostrar isso para minha filha”, disse.
O vigário Alisson Muriel, que atua nas Paróquias Santa Clara de Assis e São João Calábria, destaca a importância da manifestação pública da fé: “É a união dos católicos em torno do mistério da celebração do Corpo e Sangue de Cristo. Mesmo pessoas de outras religiões vêm prestigiar. Isso se tornou uma tradição, não só no Brasil, mas também em países da Europa”, comenta.
A organização dos tapetes envolve meses de preparação e um cronograma detalhado, definido pela Arquidiocese. Os materiais usados são diversos, mas há um cuidado especial: “A gente pede que não se use alimentos. Não é certo passar por cima deles”, explica Wilson de Souza.
Após a montagem dos mosaicos no asfalto das principais ruas da capital, às 15h haverá a Santa Missa e procissão na Praça do Rádio Clube, presidida pelo arcebispo metropolitano Dom Dimas Lara Barbosa, seguida da procissão pelo trajeto dos tapetes.
Serviço
Santa Missa: nesta quinta (19) às 15h, seguida de procissão e bênção apostólica
Local de início: Praça do Rádio Clube — Campo Grande (MS)
Organização: Arquidiocese de Campo Grande
Fotos: Ana Lorena Franco/Portal RCN67