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SAÚDE- RISCO IMINENTE

CRM-MS alerta para risco de colapso na rede de urgência de Campo Grande

Conselho aponta falta de medicamentos, insumos e fragilidade na gestão da saúde municipal; categoria teme desassistência à população

Decreto de contingenciamento  de gastos é outro agravante, afirma CRM (Foto: Reprodução/ CMCG)
Decreto de contingenciamento de gastos é outro agravante, afirma CRM (Foto: Reprodução/ CMCG)

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) divulgou uma nota pública, na terça-feira (9). Nela, expressa preocupação com o esvaziamento de medicamentos e insumos nas unidades de urgência e emergência de Campo Grande. Segundo o órgão, vistorias recentes identificaram desde estoques reduzidos até a completa ausência de materiais básicos para o funcionamento das UPAs e dos Centros Regionais de Saúde.

As inspeções apontaram falta de itens essenciais, como luvas, lençóis, cânulas e medicamentos de uso rotineiro em plantões de urgência. A entidade afirma que a carência de insumos compromete tanto a segurança dos pacientes quanto a atuação dos profissionais de saúde que atendem na rede municipal.

Crise no Atendimento de Urgência e Emergência em Campo Grande

O cenário, segundo o CRM-MS, se agravou com o decreto que retirou gratificações de médicos e outros servidores da saúde. A medida, na avaliação do conselho, desestimula a permanência de profissionais na rede pública. Já pressionada pelo aumento das demandas e pela precarização das condições de trabalho.

A entidade também chama atenção para o fato de que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) está sem titular desde o início de setembro. A ausência de um responsável formal pela pasta, afirma o conselho, dificulta a adoção de medidas estruturantes e impede a responsabilização por falhas administrativas identificadas ao longo do último ano.

Impacto da Crise e Ações do CRM-MS

Para o CRM-MS, a crise não é pontual e se arrasta há mais de doze meses, com reflexos diretos no atendimento à população. O órgão cita o aumento de denúncias recebidas e alerta para “risco iminente” de desassistência caso não haja ação imediata da prefeitura.

Em nota, o conselho afirma que considera seu dever alertar autoridades e sociedade sobre o quadro atual. Além disso, reafirma compromisso com a boa prática médica e com a garantia de atendimento seguro e adequado à população.

Sesau

Em nota, a Sesau respondeu as críticas e esclarece “que não há desassistência na rede e que o reabastecimento de medicamentos e insumos está em andamento, com previsão de alcançar 90% de restabelecimento até a próxima quinzena”.

A secretaria afirma que mantém monitoramento permanente dos estoques e adota medidas como aceleração de licitações, reprogramação de itens desertos e acompanhamento rigoroso dos prazos de entrega, garantindo a regularização progressiva do fornecimento em toda a rede.

Paralelamente, o Comitê Gestor da Saúde vem fortalecendo a gestão com revisão de contratos, reorganização de equipes, visitas técnicas contínuas e implantação de sistemas modernos de controle, como o e-SUS Farmácia, que aprimora o monitoramento dos estoques. O Município reforça que atua de forma técnica, responsável e contínua para assegurar o pleno funcionamento das unidades e a assistência à população, finaliza a nota.