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INFRAESTRUTURA

Desassoreamento do Lago do Amor depende de recursos ainda não garantidos

Enquanto recursos não aparecem, lago continua sujeito a alagamentos e degradação

Estragos causados pela chuva em março deste ano - Foto: Arquivo RCN67
Estragos causados pela chuva em março deste ano - Foto: Arquivo RCN67

A Prefeitura de Campo Grande e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) formalizaram um convênio para o desassoreamento do Lago do Amor, alvo recorrente de alagamentos e degradação ambiental. O acordo, publicado no Diário Oficial da União nº 52/2025-UFMS, prevê um conjunto de ações para recuperar o lago e seu entorno, incluindo reforço da barragem, construção de bacia de contenção e instalação de drenagem de segurança.

Em nota, a Prefeitura informou que, após a conclusão dos estudos e projetos executivos, tanto o órgão executivo quanto a universidade afirmam que, após a conclusão dos estudos e projetos executivos, iniciarão a busca por recursos para viabilizar as obras. A responsabilidade pela execução de engenharia será da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep).

Mesmo com o convênio formalizado e previsão de vigência até 2030, o avanço das ações é indefinido e a garantia de financiamento incerta. Enquanto o projeto não sair do papel e tiver início efetivo das obras, o Lago do Amor segue vulnerável às chuvas fortes na região.

Desabamento

Em março deste ano, o Lago do Amor sofreu danos graves após chuva intensa que, em apenas duas horas, despejou 65 milímetros de água – quase metade do previsto para todo o mês e provocou o desabamento de parte da passarela e do aterro, levando a interdição imediata da área.

O local já havia passado por reconstrução em 2023, quando o colapso da estrutura exigiu recomposição do aterro, vertedouro, muro de contenção e calçadas, com investimento de R$ 3,88 milhões, mas mesmo com obras projetadas para suportar excesso de chuva e com vertedouros manuais, a estrutura não resistiu.

Na época, a prefeita Adriane Lopes destacou o fato ambiental. “Choveram mais de 70 milímetros em duas horas; a água passou por cima da pista e levou a estrutura. O lago tinha 119 hectares e hoje tem 70; o assoreamento é uma questão antiga, e o lago corre risco de desaparecer até 2030”.

O secretário Municipal De Infraestrutura e Serviços Públicos, Ednei Marcelo Migliol, afirmou que não houve previsibilidade para acionar a abertura das comportas e defendeu a obra. “não houve falha na execução […] o sistema é vulnerável a situações como essa”.

*Fotos de Gerson Wassouf