A relação entre doenças crônicas e a saúde sexual masculina foi o foco da entrevista com o médico Sóstenes Maciel, especialista em saúde do homem, exibida nesta segunda-feira (21) durante o quadro Saúde é Massa, no programa Microfone Aberto da Massa FM Campo Grande.
Segundo ele, a diabetes é a segunda maior causa de disfunção erétil, perdendo apenas para as doenças vasculares, e pode comprometer permanentemente a qualidade de vida de homens que negligenciam o tratamento.
“Mais de 60% dos diabéticos terão algum impacto na função sexual ao longo da vida, especialmente aqueles que não mantêm a doença controlada”, afirmou o médico. Ele explica que a diabetes atua em três frentes no organismo: afeta a circulação nos microvasos, reduz a sensibilidade nervosa e interfere na produção hormonal.
“Infelizmente, muitos só procuram ajuda quando o dano já é irreversível e a única saída é o uso de injetáveis ou prótese peniana”, alertou.
O médico também abordou as doenças circulatórias, destacando a arteriosclerose como um dos principais agravantes. Segundo ele, o acúmulo de colesterol nos vasos diminui o fluxo sanguíneo, afetando não apenas a função sexual, mas também órgãos vitais como coração e rins.
Ainda que silenciosa no início, a diabetes pode ser identificada precocemente com acompanhamento médico e exames regulares. “Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de reverter ou controlar os efeitos da doença”, reforçou Sóstenes.
Ele defende uma abordagem integral da saúde masculina, com mudanças de estilo de vida e acompanhamento multidisciplinar.
Durante a entrevista, o especialista também comentou sobre a resistência de muitos homens em buscar ajuda médica, muitas vezes por vergonha ou receio de admitir dificuldades.
“Não espere chegar a um ponto irreversível. Cuidar da saúde não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade”, afirmou, relatando o caso de um paciente que ficou cinco anos sem relações sexuais por causa da disfunção, e só procurou ajuda quando o quadro já era grave.
Sóstenes destacou ainda o papel das parceiras nesse processo. “Tenho atendido muitos casais em que as mulheres tomam a iniciativa de levar o parceiro ao consultório. Elas querem o melhor para o homem e para a relação”, completou.
Confira a entrevista na íntegra: