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Segundo um estudo realizado pela Organização Social Avante, apenas 6% de todas as bonecas fabricadas no país são negras. O que significa que a cada 100 modelos, apenas 6 representam pessoas negras. Para Eugênia Portela, doutora em Educação, a representatividade na identidade é algo que deve inciar ainda quando criança. “Lembro que na minha infância não tive nenhuma boneca negra. Minha irmã trabalhava na casa de pessoas com mais poder aquisitivo e nos brinquedos velhos, antigos, que as pessoas doavam, sempre vinham bonecas. Então as bonecas eram sempre brancas. Só fui ter uma preta, depois de casada”, relata.
Em 2011, Eugênia decidiu iniciar o acervo junto com um projeto de afirmação da identidade negra, que insere a história e cultura afro brasileira na grade curricular da educação básica. Com 150 bonecas negras, a docente, que atua no Núcleo de Estudos Afro Brasileiros em Mato Grosso do Sul, diz que a ideia de iniciar a coleção de bonecas negras veio da necessidade de levar às crianças mais representatividade.
Linha de bonecas negras da Mattel – Foto: reprodução Mattel
“Há pouca visibilidade em super heroínas e heróis nas escolas. Ainda está muito centrada no etnocentrismo, ligado aos europeus, loiros, olhos claros, brancos. Tudo o que está relacionado à cor preta, não é tido como algo positivo ou belo. As princesas dos contos são sempre brancas, magras. A indústria a pouco tempo começou a dar mais visibilidade, com algumas produção que representa a visibilidade humana”, declara.
A inclusão social também se expande a outros públicos. Recentemente a fábrica de brinquedos Mattel lançou a primeira boneca Barbie com aparelho auditivo. A empresa também divulgou uma versão do boneco Ken com vitiligo e um modelo inspirado na artista norte americana Laverne Cox, que é trans.
A representatividade nos brinquedos ganha força também no mercado local. A empresária Aline Queiroz, apostou no segmento de brinquedos personalizados através da franquia “Criamigos”. No espaço lúdico e inclusivo a criança pode montar bichinhos de pelúcia com óculos, muletas e cadeiras de rodas.
“Dentro da oficina, a criança passa por 6 passos antes de criar seu amiguinho. Primeiro ela escolhe a pelúcia, depois grava uma frase que ficará dentro dele. O terceiro passo é a cerimônia do coração, onde a criança e os adultos que estiverem com ela darão boas energias”.
Ursinho personalizado com temática inclusiva – Foto: reprodução https://www.instagram.com/criamigos_shoppingcampogrande/
A loja também apresenta outras opções, como bailarina, astronauta, policial, bombeiro, sereia, noiva e noivo, entre outros personagens. Dentre os brinquedos, dinossauros, unicórnios, ovelhas, cavalo e coleções lançadas ao longo do ano.