
Mato Grosso do Sul registrou 9.136 fundações privadas e associações sem fins lucrativos em 2023, o que representa uma alta de 4,8% no número de unidades em relação ao ano anterior e totaliza 418 novos empreendimentos no estado.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este setor, conhecido como FASFIL (Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos), emprega 37.137 pessoas e apresenta um aumento de 6,1% no pessoal ocupado formalmente, com destaque para a Capital Campo Grande, que concentra um terço de todas as organizações sul-mato-grossenses.
Expansão histórica e perfil das entidades
O número de instituições deste perfil apresenta crescimento constante ao longo das últimas décadas, com destaque para o intervalo entre 2001 e 2010, quando o estado registrou a fundação de 2.222 unidades locais.
Atualmente, as entidades religiosas predominam no cenário estadual com 3.795 registros, o que alcança 41,5% do total, enquanto o segmento de cultura e recreação ocupa a segunda posição com 1.478 unidades. O quadro de organizações inclui ainda associações patronais, profissionais e de produtores rurais, além de instituições voltadas para a assistência social e a educação.
Estrutura de pessoal e predominância de pequenas unidades
A realidade das organizações sul-mato-grossenses revela um perfil de pequeno porte, visto que 85,6% das unidades, ou 7.817 instituições, operam sem qualquer funcionário formalizado.
Apenas uma parcela reduzida de 13 organizações possui quadros robustos com mais de 500 colaboradores, o que demonstra a pulverização do setor em pequenas estruturas locais e voluntárias. Mesmo com essa característica de microestruturas, a saúde desponta como o principal motor de empregos do setor ao absorver 19.930 profissionais, seguida pela educação e pesquisa que mantém 6.758 postos de trabalho no estado.
Salários e desigualdade de gênero no setor
O rendimento médio mensal do trabalhador nas fundações e associações atingiu R$ 2.933,44 em 2023, valor que representa um avanço de 11,5% frente ao ano anterior.
Os subgrupos focados em defesa de direitos e em estudos e pesquisas pagam os maiores salários do mercado, com cifras que chegam a R$ 5.638,57 e R$ 4.393,06, respectivamente. No entanto, a disparidade salarial persiste no setor, pois as mulheres, que compõem 66,4% da força de trabalho total, recebem em média R$ 2.866,65, enquanto os homens ganham R$ 3.065,76, uma diferença de 6,5%
Qualificação profissional acima da média privada
Um diferencial marcante do pessoal ocupado nas entidades sem fins lucrativos é o elevado nível de instrução, já que 29,5% dos funcionários possuem nível superior completo.
Essa proporção supera a média das empresas privadas tradicionais de Mato Grosso do Sul, onde o índice de escolaridade superior atinge apenas 9,7% dos trabalhadores. A remuneração reflete diretamente essa escolaridade, pois profissionais com curso superior ganham, em média, R$ 5.085,11, enquanto os trabalhadores sem este nível de ensino recebem R$ 2.018,09.