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INVESTIGAÇÃO

Gaeco mira família Razuk na 4ª fase da Operação Successione em MS

Mandados são cumpridos em Campo Grande e Dourados

- Foto: Divulgação/MPMS
- Foto: Divulgação/MPMS

A 4ª fase da Operação Successione, deflagrada na manhã desta terça-feira (25) pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), atingiu a família Razuk, uma das mais influentes da região sul de Mato Grosso do Sul.

A ação integra um conjunto de 20 mandados de prisão preventiva e 27 ordens de busca e apreensão que se estendem por cinco cidades de Mato Grosso do Sul — Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã — além de alvos nos estados de Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. Até o momento, quatro pessoas foram detidas, segundo apuração preliminar.

As fases anteriores da Successione apontaram a existência de uma organização criminosa armada e violenta, ligada ao jogo do bicho, corrupção e crimes correlatos. O grupo teria se estruturado após o vácuo deixado pela Operação Omertà, disputando o monopólio do jogo ilegal em Campo Grande e expandindo atuação para outros municípios.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, nesta etapa foi possível identificar outros 20 integrantes da organização, incluindo novos líderes.

Alvos em Dourados e Campo Grande

Em Dourados, equipes do Gaeco e do Batalhão de Choque estiveram na casa do ex-deputado Roberto Razuk, localizada na Rua João Cândido Câmara. Ele é pai do deputado estadual Neno Razuk (PL), que mantém influência política e empresarial na região.

Ainda em Dourados, agentes estiveram na sede da Criativa Technology Ltda., no Jardim Água Boa. A empresa, de Sérgio Donizete Balthazar, ganhou repercussão após ingressar com mandado de segurança no Tribunal de Justiça pedindo a suspensão da licitação da Lotesul, loteria estadual.

No processo, as custas judiciais foram pagas via Pix pelo próprio Roberto Razuk, segundo apuração preliminar.

Outro alvo da operação é o empresário Marco Aurélio Horta, conhecido como “Marquinho”, chefe de gabinete de Neno Razuk e ligado à família há vários anos.

Disputa pelo comando do jogo ilegal

A Operação Successione — termo italiano que remete à disputa por “sucessão” — investiga a reorganização do comando do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul após a Omertà.

Segundo o Gaeco, o grupo alvo desta fase estaria envolvido em roubos armados, extorsões e crimes ligados à exploração de apostas clandestinas.

As ações desta terça-feira contaram com apoio do Batalhão de Choque, BOPE, Corregedoria e Força Tática da Polícia Militar.