
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (14), a Operação Amicus Ludicis, para investigar um esquema de corrupção e peculato supostamente liderado por um juiz do trabalho em Mato Grosso do Sul. A ação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Dourados, além de determinar o bloqueio de bens que ultrapassam R$ 1,4 milhão dos envolvidos.
De acordo com a PF, os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e os alvos incluem endereços ligados ao magistrado investigado e a particulares que teriam participado das irregularidades.
As apurações começaram a partir de comunicação formal feita pelo Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT-24), que identificou indícios de fraudes processuais cometidas entre os anos de 2017 e 2024. Segundo o relatório preliminar, o juiz atuava em conluio com pessoas físicas e jurídicas para desviar recursos e manipular decisões judiciais em processos trabalhistas.
A operação visa apurar os crimes de peculato — quando o agente público se apropria de bens ou valores — e corrupção ativa e passiva.
O nome da ação, Amicus Ludicis (expressão em latim que pode ser traduzida como “amigo do juiz”), faz alusão à relação suspeita entre o magistrado e os demais investigados.
Os materiais apreendidos, como documentos e dispositivos eletrônicos, serão analisados nos próximos dias para aprofundar a investigação e identificar outros possíveis beneficiários do esquema.
Justiça sob suspeita
O caso traz novos holofotes à atuação de membros do Judiciário sul-mato-grossense, com foco na Justiça do Trabalho. Até o momento, o nome do magistrado e dos demais investigados não foi divulgado, em razão do sigilo do processo.