Veículos de Comunicação

SAÚDE

MS tem 60% de recusa familiar em doações de órgãos, mas avança em transplantes

De janeiro a setembro o estado registrou 277 procedimentos, com destaque para o fígado, que já coloca MS em 4º lugar no ranking nacional

Transplante de córnea lidera ranking entre os procedimentos em MS - Foto: Reprodução/SES
Transplante de córnea lidera ranking entre os procedimentos em MS - Foto: Reprodução/SES

Mato Grosso do Sul enfrenta um desafio importante na área da saúde: a negativa familiar para doação de órgãos e tecidos ultrapassa 60%. Isso significa que, em mais da metade dos casos em que há possibilidade clínica de doação, a autorização não é concedida pelos parentes do potencial doador. A decisão é decisiva, já que a legislação determina que somente familiares de até segundo grau, cônjuge ou companheiro podem autorizar o procedimento.

Apesar desse cenário, os números divulgados pela Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram avanços significativos. Entre janeiro e setembro deste ano, foram realizados 218 transplantes de córnea, 39 de fígado, 16 de rim e 4 de ossos em pacientes que aguardavam na fila por uma nova chance de vida.

Um dos marcos é o desempenho do Estado nos transplantes de fígado. Menos de um ano após iniciar os procedimentos, Mato Grosso do Sul já ocupa a 4ª colocação no ranking nacional por milhão de habitantes. Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), a taxa estadual é de 17,9 transplantes por milhão de população no primeiro trimestre de 2025, ficando atrás apenas do Distrito Federal (48,3), Paraná (21,0) e Ceará (18,6).

Para a coordenadora da CET, Claire Carmen Miozzo, o diálogo familiar é essencial nesse processo. “A entrevista com os familiares é uma etapa decisiva. Quando a pessoa manifesta em vida o desejo de ser doadora, essa informação facilita a decisão e aumenta as chances de autorização. O respeito à vontade do doador é um princípio ético que norteia o nosso trabalho”, destacou.

O secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa, também ressalta o avanço recente. “Esse resultado reforça o compromisso do Estado com a ampliação do acesso a procedimentos de alta complexidade. Em menos de um ano, conquistamos uma posição de destaque nacional”, afirmou.