Com a seca já instalada em Mato Grosso do Sul e um cenário de mercado incerto, o momento exige atenção redobrada dos pecuaristas. Segundo o consultor rural Fernando Flores, diretor da FFlores Assessoria e Consultoria Rural, a chave para atravessar esse período está no planejamento nutricional, na gestão de custos e no uso inteligente de ferramentas de comercialização.
Durante entrevista ao programa Agro é Massa, Flores afirmou que muitos produtores já vêm se preparando com antecedência. “O produtor fez a lição de casa, com pastagens bem manejadas, silagem, feno e até confinamento na fazenda. Isso é essencial para garantir alimentação adequada ao rebanho nesse período seco”, disse.
O especialista destacou que 2025 tem sido um ano favorável para investir em nutrição, com preços mais acessíveis das dietas e bons retornos na arroba do boi. “O custo de produção está interessante. Seja no confinamento ou na nutrição a pasto, o produtor encontra alternativas viáveis para manter a produtividade.”
Além da questão nutricional, Flores reforçou a importância da proteção comercial. A dica é usar ferramentas de gestão de risco, como contratos futuros, opções de venda ou trava de preços. “O pecuarista precisa conhecer seu custo de produção e garantir pelo menos esse valor na comercialização. Não é para ganhar dinheiro com a bolsa, mas sim para se proteger do mercado”, explicou.
Com a redução da oferta de animais e boas expectativas de preços, a arroba do boi tende a se valorizar. No entanto, a recente tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos à carne brasileira gera preocupação. Mesmo assim, Flores acredita que o impacto pode ser minimizado com diálogo e ações diplomáticas. “O produtor está fazendo sua parte, cuidando da porteira para dentro. Agora é hora de esperar que o governo faça sua parte com responsabilidade e negociações.”
Para o consultor, 2025 continua promissor. “A seca é desafiadora, mas o produtor que se organizou terá vantagem. O importante é manter o otimismo e seguir com cautela, aproveitando as oportunidades do mercado”, finalizou.
Confira a entrevista na íntegra: