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MS Agro debate incertezas para o mercado do agronegócio de 2023

O ciclo de palestras debateu os cenários e tendências para as commodities agrícolas e para as proteínas animais

MS AGRO 2022 - Geliel Oliveira/CBN CG
MS AGRO 2022 - Geliel Oliveira/CBN CG

Alto custo de produção, problemas climáticos e insegurança econômica para 2023 foram os temas colocados em pauta na edição 2022 do MS Agro, evento que reuniu produtores rurais e entidades representativas do setor na última quarta-feira (23), no auditório da Casa Rural Sul-mato-grossense.

Para o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, o ciclo de palestras foi capaz de dar um panorama do cenário econômico de 2023, ante as incertezas do mercado.

"Hoje o produtor rural tem um alto custo de produção, temos problemas climáticos, uma insegurança que hoje não sabemos o que vai acontecer. Então aqui o produtor rural vai ter um cenário de tudo isso, não político, mas sim das commodities, de qual o tipo de compra que ele vai fazer, qual o tipo de estratégia ele vai chegar no ano que vem ou no final do ano para que ele tenha lucro com a produção", explica o presidente.

Em contra-partida o sócio da MBAgro Consultoria, Alexandre Mendonça de Barros, está otimista em relação ao mercado de grãos para o produtor rural. Ele subiu ao palco para falar sobre as tendências para commodities agrícolas e argumentou que a quebra de safra em outros países foi o suficiente para manter os preços em uma margem positiva no país.

Embora a desconfiança que a demanda vai ser mais fraca, o fechamento da safra no hemisfério norte não foi muito boa, a safra americana quebrou, ela foi menor do que o esperado, a quebra de safra foi grande o suficiente para manter os preços relativamente bons, esse é um cenário que pode se sustentar em 2023. Tem uma grande vantagem que apareceu os custos de produção começaram a cair principalmente os fertilizantes, a gente tá vendo uma acomodação muito forte, então se de um lado teve uma acomodação dos preços que não foi tão grande por causa das quebras dos outros países, do outro lado os custos de produção estão caindo bastante”, explica.

Para o palestrante, o preço dos insumos estarem próximos de uma queda é algo muito esperado para o produtor, já que de acordo com a Aprosoja/MS, por meio do Boletim de Fertilizantes do mês de outubro, aponta um incremento médio de 123% no preço desses insumos, nos últimos dois anos.

O diretor da HN Agro e palestrante, Hyberville Neto, fez um panorama sobre o mercado de proteínas animais, e assim como Bertoni, afirmou que os produtores passam por uma série de dificuldades dentro e fora da porteira.

Esses últimos meses tivemos uma queda mais forte do que normalmente ocorre e esse cenário econômico afeta o produtor de todas as formas. Quando a gente pensa no dólar, ele pode encarecer os insumos e grãos, mas depende do sistema que ele trabalha, se ele tem o sistema mais intensivo ele vai usar mais esses insumos, então ele vai ser mais impactado, porém se ele trabalha de uma maneira mais extensiva isso impacta menos, e aí ele é só beneficiado por conta da alta do dólar ajuda nas exportações, mas o que está na mão dele é a eficiência produtiva”, afirma Neto.