
Mato Grosso do Sul vem se consolidando como um dos principais destaques econômicos do país, com crescimento acima da média nacional e projeções positivas para os próximos anos. O cenário favorável é impulsionado por investimentos em infraestrutura, fortalecimento do agronegócio com maior valor agregado, expansão da mineração e avanços ligados à economia verde.
Segundo o economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso do Sul (Corecon-MS), Hudson Garcia, o estado apresenta desempenho considerado fora da curva em relação ao restante do Brasil.
“Mato Grosso do Sul é um outlier. Enquanto o PIB nacional cresceu cerca de 3%, o Estado atingiu crescimento de dois dígitos, chegando a 13%”, afirma.
De acordo com Garcia, esse resultado está diretamente ligado a políticas voltadas à iniciativa privada e a investimentos estruturantes, que criam ambiente favorável à atração de novos negócios. Setores como o agronegócio seguem sendo fundamentais, mas passaram por transformações importantes nos últimos anos.
“O agro continua sendo essencial, mas hoje falamos de um setor com mais valor agregado. Há dez anos, não se imaginava etanol de milho ou a industrialização mais avançada da proteína animal. Isso muda completamente o perfil da economia”, explica.
Diversificação e Avanços Setoriais
Outro destaque é o avanço da mineração, que colocou o Estado como um dos principais fornecedores nacionais de ferro e manganês, além do fortalecimento do setor industrial, que vem ganhando espaço no Produto Interno Bruto estadual.
O economista também destaca os impactos do mercado de trabalho aquecido, com índices próximos do pleno emprego. A tendência, segundo ele, é de manutenção desse cenário em 2026, impulsionada pelo aumento dos investimentos privados, inclusive internacionais. “Isso traz oportunidades, mas também desafios, como a necessidade de ampliar a infraestrutura urbana e planejar o crescimento das cidades”, avalia.
Projeções Futuras e Infraestrutura
Entre os projetos estratégicos, Garcia cita ainda a Rota Bioceânica, corredor logístico que deve ligar o Brasil ao Oceano Pacífico, ampliando o acesso a mercados internacionais e fortalecendo a competitividade do Estado.
Para 2026, a projeção é de crescimento em torno de 5,7%, mantendo Mato Grosso do Sul entre os Estados com melhor desempenho econômico do país. “Há um conjunto de fatores que sustenta esse avanço: planejamento, investimento e diversificação da economia”, conclui.