A Secretaria de Estado de Saúde (SES) reforçou o alerta para a vacinação contra o sarampo em Mato Grosso do Sul. O cuidado se intensificou depois que o Ministério da Saúde do Paraguai confirmou, na segunda-feira (04) um caso de sarampo em um menino de cinco anos no distrito paraguaio de Santa Rosa, na cidade de San Pedro, que fica a 260 quilômetros de Ponta Porã.
Apesar da confirmação da doença no Paraguai, Mato Grosso do Sul segue sem registros da doença em 2024 e 2025, segundo a Gerência de Imunização da SES (Secretaria de Estado de Saúde). No momento, cinco casos suspeitos estão em investigação e são acompanhados conforme os protocolos de vigilância epidemiológica.
Com o avanço da doença no país vizinho, a SES passou a participar de reuniões semanais com o PNI (Programa Nacional de Imunizações), coordenadas pelo Ministério da Saúde. O objetivo é definir estratégias de contenção, principalmente nas áreas de fronteira. A primeira reunião foi realizada na terça-feira (5), com a presença da equipe técnica da SES.
“Nós não temos caso confirmado em Mato Grosso do Sul e estamos trabalhando para manter esse status. Por isso, é tão importante vacinar quem está em áreas estratégicas e ampliar a cobertura vacinal em toda a população”, destacou Frederico Moraes, gerente de Imunização da SES.
Desde os primeiros casos registrados na Bolívia, neste ano, a SES intensificou ações de bloqueio nas regiões de Corumbá e Ladário. Nessas localidades, estão sendo realizadas campanhas de vacinação, bloqueio vacinal, busca ativa de sintomáticos e ações educativas, em parceria com o Ministério da Saúde e prefeituras locais.
Dia D
Uma das principais ações foi o Dia D de Vacinação, promovido em 26 de julho, com foco nas regiões de fronteira, consideradas mais sensíveis para o controle da doença.
Em Corumbá, foram aplicadas 1.050 doses contra o sarampo durante o mês, sendo 280 apenas no Dia D. Também foram aplicadas 143 doses contra hepatite B e 168 contra influenza na mesma data.
Em Ladário, 70 pessoas foram vacinadas contra o sarampo no Dia D. Entre os dias 11 e 24 de julho, o número chegou a 116 doses. No total, 161 pessoas procuraram as unidades de saúde para atualização do esquema vacinal.
Vigilância e prevenção ativa
Além da vacinação, a vigilância epidemiológica foi reforçada com busca ativa realizada por Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), visitas domiciliares e análise de prontuários em unidades de saúde e hospitais. O objetivo é identificar precocemente casos suspeitos de sarampo ou rubéola.
“A vigilância está em alerta. Qualquer caso suspeito deve ser imediatamente notificado e investigado. A população também precisa colaborar, buscando atendimento diante de sintomas como febre, manchas vermelhas no corpo, coriza, tosse ou conjuntivite”, orienta Jakeline Miranda Fonseca, gerente técnica estadual de Doenças Agudas e Exantemáticas da SES.
Últimos casos foram registrados em 2020
Mato Grosso do Sul não registra casos confirmados de sarampo desde 2020, quando houve dez ocorrências em Campo Grande. No ano anterior, foram quatro casos — dois em Três Lagoas e dois na capital.
Em 2025, o Brasil já soma 21 casos confirmados da doença, sendo três importados, dois sem histórico de viagem ou contato com viajantes, e 16 apenas no estado do Tocantins.
A SES reforça que a vacinação é a principal forma de prevenção contra o sarampo. A população deve manter o cartão de vacina atualizado, especialmente no caso das crianças. A vacina tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — está disponível gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde do Estado.