
O comércio de Campo Grande deve viver o melhor Natal dos últimos 12 anos. A projeção é da Câmara de Dirigentes Lojistas Campo Grande (CDL/CG), que identificou um cenário de forte recuperação para o varejo físico, após um ano marcado por instabilidade econômica e incertezas políticas.
Uma pesquisa feita pela entidade em parceria com o SPC Brasil mostra que 77,5% dos consumidores pretendem fazer as compras de Natal presencialmente, movimento que deve injetar cerca de R$ 194 milhões na economia da capital.
O levantamento ouviu 210 pessoas nas sete regiões da cidade e revela um consumidor disposto a gastar mais no fim do ano. O consumo médio esperado é de R$ 616, valor dividido entre presentes — cerca de R$ 300 — e gastos com confraternizações, o que beneficia diferentes segmentos do comércio local.
Consumidor frustra compras online e volta às lojas físicas
O presidente da CDL/CG, Adelaido Figueiredo, afirma que o entusiasmo do campo-grandense com as compras físicas é resultado de dois movimentos: o cansaço com os problemas do e-commerce e o desejo de vivenciar a experiência da compra presencial.
Segundo ele, a Black Friday deste ano ampliou essa percepção. “Muita gente não recebeu o que comprou, e quem recebeu não gostou do que viu. Isso empurra o consumidor de volta ao atendimento direto, onde ele pode ver, pegar e testar o produto”, afirma.
Para o comércio local, diz Adelaido, o momento é ideal para investir em atendimento. “A oportunidade está em fidelizar. Se a loja promete algo nas redes sociais, precisa entregar a mesma qualidade no balcão”.
Vestuário lidera lista de compras
A pesquisa também apontou os setores mais procurados neste Natal:
- Vestuário e acessórios — 52,4%
- Perfumaria e cosméticos
- Calçados
A escolha reforça a predominância de produtos de uso pessoal nas intenções de compra e indica que lojas de moda, beleza e calçados devem registrar maior fluxo nos próximos dias.
Um respiro após um ano turbulento
Adelaido destaca que a classe média — responsável pela maior fatia do consumo natalino — enfrentou meses de aperto em função de instabilidade econômica e política. “Agora, no fim do ano, ela quer aproveitar. Está usando o que pode para celebrar e usufruir um pouco mais”.
O presidente da CDL/CG também ressaltou a chance de o comércio local mostrar qualidade e fortalecer vínculos. “Todo mundo ganha. É uma oportunidade de entregar bom atendimento, criar vínculo e fazer o cliente voltar”.