Mato Grosso do Sul registra em 2025 uma redução significativa nas áreas atingidas por incêndios florestais quando comparado ao ano anterior, com queda tanto no Pantanal quanto no Cerrado. Entre 1º de janeiro e 13 de agosto, o bioma pantaneiro passou de mais de 805,8 mil hectares queimados em 2024 para 13,5 mil neste ano, uma diminuição de 98,8%, enquanto no Cerrado a área atingida foi reduzida em 60%, caindo de 79,4 mil hectares para 31,7 mil.
Segundo o Centro de Monitoramento do tempo e do Clima (Cemtec), os focos de calor também apresentam números mais baixos em 2025, no Pantanal foram 5,5 mil registros em 2024 contra apenas 89 neste ano e no Cerrado o volume caiu de 1,8 mil para 702, o que representa redução de 61,2%.
Redução de Incêndios e Estratégias de Combate
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, a diferença é resultado direto da Operação Pantanal 2025, que mantém equipes posicionadas em todo o estado com 676 militares empregados até agora, bases avançadas em pontos estratégicos da planície pantaneira, reforço em logística, viaturas extras, equipamentos e geomonitoramento permanente. O trabalho, que já dura mais de 230 dias, resultou em quase 200 ações de combate, 32 formações de brigadas que qualificaram mais de 760 pessoas e 484 monitoramentos de eventos de fogo, permitindo respostas mais rápidas e descentralizadas em diversas regiões.
A redução nos números de focos de incêndios representa um contraste com o cenário do ano anterior, quando os municípios de Corumbá, Porto Murtinho e Aquidauana concentraram juntos mais de 98% dos focos de calor no Pantanal e o estado inteiro esteve sob níveis de alerta alto e extremo para risco de fogo, com avanço das chamas também em áreas de conservação e terras indígenas.
Condições Climáticas Favoráveis
As condições climáticas deste ano também contribuíram para a redução dos incêndios. Segundo o Cemtec, em 2024 o inverno foi mais quente e seco, com temperaturas entre 1°C e 3°C acima da média histórica, o que favoreceu a propagação das chamas, especialmente entre junho e julho, período que ficou marcado como um dos mais críticos. Já em 2025 o cenário se inverteu, com temperaturas mais próximas da média e até abaixo dela em alguns momentos, em torno de -0,5°C a -1,0°C, além de chuvas mais bem distribuídas, fatores que dificultaram a propagação do fogo e favoreceram a preservação dos biomas.
Em 2024, unidades de conservação perderam 24,6 mil hectares para o fogo e neste ano o número caiu para menos de mil. Nas terras indígenas, que haviam registrado 228,8 mil hectares destruídos, em 2025 a área queimada foi de apenas 924, enquanto a Rede Amolar, no Pantanal, reduziu de 162,5 mil hectares para 322.
As previsões meteorológicas apontam que os próximos dias devem ter temperaturas variando entre 15°C e 38°C, com ventos predominantes do na refião Norte e Leste e umidade relativa do ar entre 8% e 15%, índices que favorecem a propagação de incêndios florestais. Ainda assim, entre 19 e 21 de agosto há expectativa de chuva na região pantaneira devido à passagem de uma frente fria, o que deve amenizar o perigo de fogo que até lá segue classificado entre “muito alto” e “extremo”.