Organização criminosa que movimentou mais de R$ 130 milhões nos últimos três anos tem utilizado o transporte de minério de ferro para Minas Gerais a partir de Corumbá e Ladário para transportar cocaína vinda da Bolívia. A Polícia Federal identificou o esquema depois de uma apreensão realizada em Uberaba (MG), em março.
Inquérito conduzido pela PF na cidade mineira averiguou que os criminosos tem atuação concentrada nas cidades de Corumbá, Ladário e Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Além de Uberaba (MG), Franca (SP), Imperatriz (MA), Rondon do Pará (PA).
Para desarticular a quadrilha, houve operação na terça-feira (13) para cumprimento de 28 de mandados de busca e apreensão e 16 de prisão. Os investigados presos moram nas cidades sul-mato-grossenses, além de municípios em outros estados.
Os integrantes presos em Campo Grande, Corumbá e Ladário devem permanecer nas penitenciárias de Corumbá e na Máxima e depoimentos vão ser remetidos para a delegacia da PF em Uberaba. Os materiais apreendidos vão ser periciados e remetidos para a cidade mineira.
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Denominada operação Rotas de Ferro, a Polícia Federal contou com a cooperação das Polícias Civil e Militar em Minas Gerais, enquanto que em Mato Grosso do Sul houve atuação específica de policiais federais.
“A investigação teve início com a apreensão de 148 kg de cocaína em Uberaba, no início do ano, quando foi descoberto esquema de tráfico da droga originária da Bolívia, internalizada pela fronteira em Corumbá e destinada, principalmente, aos estados de São Paulo e Minas Gerais. Apurou-se que intermediadores associados a traficantes bolivianos arregimentavam motoristas de caminhões transportadores, em regra, de minério de ferro, na região de Corumbá, a fim de que realizassem o transporte da substância em meio à carga lícita”, informou a Polícia Federal, em nota.
Na cidade de Uberaba, havia um núcleo da quadrilha para descarregar a droga e realizar a distribuição para outras regiões. A Polícia Federal espera, com documentos apreendidos, reunir provas para incriminar os comandantes da organização criminosa.
Além disso, houve a localização de armas, munições e a apreensão de veículos e recursos para impedir que o grupo continue agindo na fronteira do Brasil com a Bolívia. “Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, cujas penas máximas somadas podem chegar a mais de 25 anos de reclusão”, detalhou a PF.
