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Piscicultura em Mato Grosso do Sul deve atingir 50 mil toneladas e avança com novos incentivos fiscais

Produção cresce com redução de impostos e investimentos em tecnologia e infraestrutura

Mato Grosso do Sul conta atualmente com 3.324 hectares de piscicultura - Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc
Mato Grosso do Sul conta atualmente com 3.324 hectares de piscicultura - Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

A piscicultura de Mato Grosso do Sul deve encerrar 2025 com uma produção próxima de 50 mil toneladas de peixe, segundo estimativas de técnicos e produtores do setor. O crescimento reflete uma nova fase de expansão da atividade, impulsionada por incentivos fiscais, melhorias logísticas e adoção de práticas sustentáveis.

Os avanços foram discutidos durante o 1º Dia de Campo de Peixes Nativos, realizado na sexta-feira (7), no Projeto Pacu, em Terenos. O encontro reuniu produtores, técnicos e representantes de instituições públicas e privadas, com o objetivo de difundir tecnologias de cultivo, incentivar o uso de peixes nativos e promover o manejo sustentável da produção.

Incentivos ampliam competitividade

Entre as medidas que têm estimulado o setor estão isenções de ICMS, créditos fiscais e melhorias em infraestrutura rural, como o asfaltamento de estradas vicinais que facilitam o transporte e o escoamento da produção.

Esses incentivos fazem parte do Programa Peixe Vida, vinculado ao Plano Estadual de Desenvolvimento da Piscicultura (Propeixe), que tem como meta fortalecer a cadeia produtiva e ampliar o acesso dos piscicultores a novos mercados.

De acordo com a gestora do programa, Cinthia Baur, Mato Grosso do Sul conta atualmente com 3.324 hectares de piscicultura, 10.305 viveiros e 2.456 tanques-rede ativos.

Os municípios de Terenos, Mundo Novo, Paranaíba e Aparecida do Taboado concentram a maior parte da produção.

“Após as atualizações feitas no Peixe Vida, o setor vem reagindo de forma consistente. Nossa meta é chegar a 50 mil toneladas de pescado até o fim de 2025”, afirmou Cinthia.

Expansão e novos mercados

O produtor Simão Brun, proprietário do Projeto Pacu, destacou que as mudanças tributárias e logísticas contribuíram para abrir novos canais de comercialização.

“Com a redução da alíquota para cerca de 1%, conseguimos ampliar a venda para estados como São Paulo, Minas Gerais e Goiás, buscando melhores condições de mercado”, explicou.

A redução de impostos também favorece a competitividade frente a outros estados produtores. Nas operações internas, há isenção total de ICMS para revendedores e piscicultores habilitados, enquanto as operações interestaduais recebem crédito fiscal de 5%, o que reduz a carga tributária efetiva.

Além da questão fiscal, os produtores destacam o papel da capacitação técnica e do investimento em infraestrutura para garantir produtividade e qualidade do pescado. O evento em Terenos contou com estações práticas sobre manejo, nutrição e sanidade, voltadas ao aprimoramento do conhecimento técnico.

*Com informações do Governo de MS