A partir desta segunda-feira (16), começa a funcionar em todo o país o Pix automático, uma nova ferramenta que permite a realização de pagamentos periódicos sem a necessidade de digitar dados a cada transação.
A modalidade, que promete substituir boletos e débitos automáticos tradicionais, estará disponível para clientes da maioria das instituições financeiras.
A proposta é simples: o cliente autoriza o pagamento uma única vez e os valores são debitados automaticamente na conta, conforme a periodicidade e os limites definidos. A novidade deve beneficiar especialmente quem não tem cartão de crédito, estimado em até 60 milhões de brasileiros, segundo o Banco Central.
Para o consumidor e para o pequeno negócio
Na prática, o Pix automático facilita o pagamento de contas mensais, como luz, água, telefone, mensalidades escolares, assinaturas de streaming, academias e outros serviços com cobrança recorrente.
Para os pequenos negócios e microempreendedores individuais (MEIs), a ferramenta elimina a necessidade de convênios bancários — algo antes acessível apenas a grandes empresas — e passa a funcionar com simples solicitação junto ao banco onde o prestador já tem conta.
Como funciona o Pix automático
- A empresa envia um pedido de autorização ao cliente;
- O usuário acessa a opção “Pix automático” no aplicativo bancário;
- Lê os termos, define periodicidade, valores e limites por transação;
- Após aceitação, os débitos são feitos automaticamente;
- A cobrança pode ocorrer todos os dias da semana, inclusive em feriados;
- O cliente pode ajustar ou cancelar a autorização a qualquer momento.
Diferenças em relação ao Pix agendado
Antes do lançamento da nova modalidade, algumas empresas utilizavam o Pix agendado recorrente para cobranças frequentes. A diferença é que, nesse modelo, o consumidor precisava digitar manualmente os dados da empresa, o valor e a frequência — o que tornava o processo mais sujeito a erros.
Agora, com o Pix automático, a empresa apenas envia uma solicitação, e o cliente precisa confirmar e autorizar, sem redigitar informações.
Segurança e riscos
Apesar da promessa de mais praticidade, o Pix automático levanta preocupações com segurança. Um dos principais riscos é o envio de cobranças falsas por empresas que usam dados de terceiros.
Para tentar conter esse tipo de golpe, o Banco Central estabeleceu uma série de regras que os bancos devem seguir antes de liberar a funcionalidade.
Entre as exigências estão:
- Verificação do CNPJ da empresa e da situação dos sócios no CPF;
- Análise da compatibilidade entre a atividade da empresa e o serviço oferecido;
- Avaliação de tempo de atividade, capital social, faturamento e volume de transações;
- Exigência de mínimo de seis meses de operação da empresa para habilitação na modalidade.
A expectativa do Banco Central é que o novo sistema traga mais inclusão financeira, ao mesmo tempo em que facilite a gestão de cobranças para pequenos negócios e serviços locais.
*Com informações da Agência Brasil