Veículos de Comunicação

Segurança no campo

Policiamento rural completa 2 anos e reduz crimes no campo em MS

Coronel Elcio Almeida, durante entrevista na rádio Massa (Foto: Rodrigo Moreira/ Massa CG)
Coronel Elcio Almeida, durante entrevista na rádio Massa (Foto: Rodrigo Moreira/ Massa CG)

A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul completou dois anos do Comando de Policiamento Rural, estrutura criada para ampliar a presença da corporação no campo e reduzir crimes que afetam diretamente o agronegócio. Desde a implantação, mais de 16 mil propriedades foram cadastradas e 35 mil ações de policiamento foram realizadas, segundo o comando.

O coronel Elcio Almeida, que lidera o setor, afirma que a criação de uma unidade exclusiva permitiu reorganizar o trabalho e aproximar a PM dos produtores. Antes, o atendimento era feito por patrulhas isoladas de batalhões espalhados pelo estado. “O policiamento acontecia, mas a atenção ficava aquém. A área urbana demandava muito e o campo acabava esquecido”, disse.

Quatro regiões e foco na prevenção

O comando divide o estado em quatro regiões — Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e outra no eixo da Costa Leste — com equipes fixas. O modelo privilegia visitas constantes a propriedades, orientação direta a produtores e ações de “segurança primária”, que vão da reorganização de câmeras a mudanças básicas de iluminação para evitar alvos vulneráveis.

A PM diz que o diálogo tem impacto direto nos indicadores. Em áreas onde furtos de defensivos agrícolas eram recorrentes, como regiões de cultivo atendidas por grandes empresas, o prejuízo estimado chegou a quase R$ 3 milhões antes da reestruturação. “Só com orientação técnica e ajustes simples, o furto zerou”, afirmou o coronel.

Tecnologia como aliada

A expansão de telefonia e rastreamento via satélite também mudou rotinas. Cerca de 60% das viaturas já operam com comunicação satelital, o que permite contato direto entre equipes e produtores mesmo em regiões sem cobertura de celular.

A tecnologia evita que policiais fiquem isolados em estradas rurais — situação frequente antes do novo sistema — e facilita a checagem de suspeitos, localização de trabalhadores e resposta a casos de invasão ou furto de maquinário.

Crimes mais comuns

Abigeato (furto de gado), furto de defensivos agrícolas, roubo de maquinário e desvios de GPS são os crimes mais enfrentados pela unidade. O coronel afirma que parte dos casos envolve pessoas contratadas pelas próprias propriedades, o que reforça a necessidade de visitas técnicas e orientação sobre práticas de contratação e vigilância.

“É um trabalho personalizado. Vamos até a fazenda, estudamos o local, entendemos vulnerabilidades e mostramos o que pode ser ajustado. Isso tem evitado muitos crimes”, afirma Almeida.

Próximos passos

Para 2025, o comando prevê ampliar cursos voltados a ocorrências complexas, como invasões de terra e crimes com potencial de conflito, e inaugurar uma base dentro do parque da Acrissul, em Campo Grande, em parceria com o setor produtivo.

“O produtor rural aprovou o modelo. Estamos do lado dele, construindo segurança com proximidade e prevenção”, concluiu o comandante.

Acompanhe a entrevista completa: