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PATRIMÔNIO

Projeto de restauro da Igreja São Benedito será apresentado à comunidade Tia Eva

Proposta prevê recuperação do templo histórico e requalificação do entorno em área quilombola de Campo Grande

Proposta prevê recuperação do templo histórico e requalificação do entorno - Foto: Divulgação/FCMS
Proposta prevê recuperação do templo histórico e requalificação do entorno - Foto: Divulgação/FCMS

O projeto de restauro da Igreja São Benedito, localizada na Comunidade Quilombola Tia Eva, em Campo Grande, será apresentado aos moradores na próxima terça-feira (16), às 17h, no salão comunitário do bairro.

A proposta inclui a recuperação do templo histórico e a requalificação do entorno, considerado um dos principais marcos da memória negra na Capital.

A obra terá investimento estimado em R$ 2,2 milhões e prazo de execução de 540 dias, contados a partir da ordem de início dos serviços, ainda sem data definida. A empresa responsável pela execução foi contratada por meio de concorrência pública homologada em outubro deste ano.

Para os moradores, o restauro tem significado que vai além da estrutura física. O presidente da Associação dos Descendentes de Tia Eva, Ronaldo Jefferson da Silva, afirma que a intervenção reforça o vínculo da comunidade com sua própria história.

“Restaurar a igreja e o entorno é preservar nosso espaço de convivência e manter viva a memória de quem construiu essa história”, afirmou.

A Igreja São Benedito é reconhecida como a segunda edificação religiosa mais antiga de Campo Grande. Construída originalmente em 1912 por Eva Maria de Jesus, a Tia Eva, a igreja é tombada como patrimônio municipal e estadual e simboliza a presença da população negra na formação social e cultural de Mato Grosso do Sul.

Segundo a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), o projeto busca preservar o conjunto arquitetônico e histórico da área. A diretora de Memória e Patrimônio Cultural, Melly Sena, destaca que a intervenção tem caráter de proteção da memória coletiva.

“A igreja representa um marco da identidade negra na cidade e sua preservação garante que essa história continue acessível às futuras gerações”, afirmou.

Além do templo, o complexo da Comunidade Tia Eva reúne o antigo cemitério, cruzeiro em madeira, campanário, busto da fundadora e o Centro de Difusão da Cultura Afro-Brasileira.

Desde a década de 1970, a igreja é administrada pela associação local, responsável também pela organização da tradicional Festa de São Benedito.

*Com informações da FCMS