Agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e das Forças Especiais do Codi (Comando de Operações de Defesa Interna), da Diretoria de Inteligência do Paraguai, destruíram 27 acampamentos clandestinos de narcotraficantes numa região de floresta, situada próximo à fronteira com o Brasil.
Segundo a Senad, a Operação Tempestade, como foi denominada a ação, constitui “um dos golpes mais significativos contra o tráfico de drogas até o momento neste ano“, no país vizinho, “afetando diretamente a capacidade logística, financeira e territorial de uma organização criminosa sediada na região Norte do país“.
Durante a Operação foram apreendidas mais de 12 toneladas de maconha em diferentes estágios de preparação: congelada, picada, em pó e em pasta. O serviço de inteligência paraguaio estima que toda a produção de drogas era destinada ao mercado brasileiro, devido “à alta demanda e maior preço“, informou a Senad.
Um dos acampamentos na região de Karapã’i, no departamento de Amambay, foi montado a cerca de 60 quilômetros de Coronel Sapucaia (MS).
Além de cumprir mandados judiciais, os agentes invadiram três casas que funcionavam como centros de armazenamento e processamento de entorpecentes. Em cada local, foram apreendidos equipamentos e substâncias que revelam alto grau de sofisticação do grupo criminoso.
Infraestrutura chamou a atenção
No interior das instalações, as equipes encontraram prensas industriais, freezers, peneiras, moedores, balanças eletrônicas, além de 520 cilindros de gás butano e propano e outras 19 unidades metálicas de maior capacidade.
Esse aparato permitia extrair o THC em níveis elevados, o que aumenta o poder de venda da droga. De acordo com os agentes da Senad, o risco de explosões no local era grande devido ao uso desses gases inflamáveis.
Também foram apreendidos três veículos – uma van e uma caminhonete tipo Strada, usados no transporte dos materiais e da droga. Quatro suspeitos foram presos em flagrante.
Estima-se que o prejuízo para a organização criminosa tenha sido de cerca de 500 mil dólares, cerca de R$ 2,8 milhões, na atual cotação do dólar.
“Foi um golpe estrutural contra a logística e as finanças do tráfico na região Norte do país”, disse o agente Celso Morales, da Unidade Especializada de Combate ao Narcotráfico.
Danos ambientais
Os policiais também constaram a destruição de áreas de proteção ambiental pelos narcotraficantes, que derrubaram árvores centenárias para abrir espaço ao cultivo da maconha.