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AGROINOVAÇÃO

Startup de MS desenvolve bioinsumos que aumentam produtividade e reduzem uso de químicos

Criada a partir de pesquisas universitárias, Pantabio mostra resultados expressivos em soja, eucalipto, feijão e outras culturas no MS

Pantabio: uma startup pantaneira para produção de bioinsumos - Foto: Arquivo Pantabio
Pantabio: uma startup pantaneira para produção de bioinsumos - Foto: Arquivo Pantabio

Tecnologia desenvolvida em Mato Grosso do Sul está mudando a forma como agricultores encaram o cultivo e a recuperação do solo. A startup Pantabio, criada a partir de pesquisas realizadas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), tem obtido resultados expressivos no uso de bioinsumos à base do fungo Trichoderma, com aplicação em diversas culturas agrícolas e florestais no estado.

Os produtos da empresa atuam na eficiência das lavouras, resistência das plantas e redução da dependência de insumos químicos, como defensivos agrícolas. Em cultivos de feijão, por exemplo, os ensaios apontaram ganho de até 20 sacas por hectare e maior resistência a doenças como a Macrophomina phaseolina, uma das principais ameaças à cultura.

Outras culturas também apresentam impactos positivos:

  • Milheto, olerícolas e uva têm mostrado melhoria na absorção de nutrientes, estrutura radicular e sanidade das plantas;
  • Eucalipto apresentou aumento de 17% na altura das mudas e redução de 22% na mortalidade em campo, segundo dados obtidos em viveiros;
  • Soja tem sido foco de um experimento recente em Aquidauana, Nioaque e Maracaju, com resultados preliminares que indicam raízes mais saudáveis, maior resistência a doenças e eficiência nutricional.

Potencial para pastagens e reflorestamento

A startup também conduz o programa “Pasto Forte”, com uso de isolados nativos de Trichoderma e bactérias benéficas para recuperação de pastagens. A proposta é reduzir o tempo de regeneração, melhorar a qualidade da forragem e diminuir a dependência de adubação química, impactando diretamente no custo de produção e na lotação animal por hectare.

Pesquisa aplicada com DNA regional

Criada pelo engenheiro agrônomo Tiago Calves Nunes e a professora Mércia Celoto, a Pantabio tem participação de alunos do curso de Agronomia e foi incubada na Fênix – Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da UEMS.

A pesquisa que originou a empresa é baseada na bioprospecção de micro-organismos nativos do Pantanal, uma abordagem que alia inovação à preservação dos biomas locais.

Além dos bioinsumos, a startup opera uma clínica de diagnóstico de doenças de plantas e nematoides, em Aquidauana. O serviço é coordenado por Carlos Braga Lima, estudante de Agronomia, e funciona como uma spin-off da Pantabio, com apoio financeiro do Sebrae.

O laboratório permite que produtores identifiquem rapidamente doenças e pragas que afetam a produtividade, com atendimento mais acessível do que os tradicionais serviços privados da área.

Alternativa sustentável

Com estabilidade de formulação e possibilidade de aplicação em larga escala, os produtos da Pantabio vêm sendo vistos por produtores como uma alternativa sustentável e economicamente viável para os desafios atuais do campo.

Mais informações sobre os experimentos, bioinsumos e diagnósticos oferecidos podem ser consultadas com a equipe técnica da Pantabio.

*Com informações do Governo de MS