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SEGURANÇA PÚBLICA

“Tudo indica que há distribuição para além de São Paulo”, afirma ministro sobre bebidas adulteradas

Lewandowski alerta para rede mais ampla de comercialização de metanol

Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante coletiva de imprensa em Brasília nesta terça-feira - Foto: José Cruz/Agência Brasil
Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante coletiva de imprensa em Brasília nesta terça-feira - Foto: José Cruz/Agência Brasil

A distribuição de bebidas adulteradas com metanol pode ultrapassar os limites de São Paulo, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, durante coletiva em Brasília nesta terça-feira (30).

“Tudo indica que há uma distribuição para além do estado de São Paulo, o que atrai a competência da Polícia Federal para investigar o caso”, destacou.

Até agora, foram confirmados dez casos de intoxicação, com três mortes. O ministro frisou que o crime terá investigação ampla: “Determinamos à Polícia Federal a abertura de inquérito para verificar a procedência do produto e a rede de distribuição. Estamos diante de um crime gravíssimo, previsto no Código Penal e no Código de Defesa do Consumidor”.

Mudança no perfil das ocorrências

Segundo Lewandowski, os casos mais recentes chamaram a atenção pelo perfil das vítimas. “Antes, havia registros envolvendo pessoas em situação de rua, mas agora surgem ocorrências em bares e restaurantes, em bebidas como uísque, gin e vodca”, afirmou.

Ele ressaltou ainda a importância do sistema de alerta rápido, criado em fevereiro deste ano. “Desde sexta-feira, o sistema emitiu comunicado a todo o país e, no sábado, a Secretaria Nacional do Consumidor enviou nota técnica a estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, com orientações para evitar novas intoxicações”, completou.

Saúde reforça vigilância e orientação

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também participou da coletiva e destacou que a situação é atípica. “O Brasil registra em média 20 casos de intoxicação por metanol ao ano. Só em agosto e setembro tivemos 17 notificações, concentradas em São Paulo, o que representa quase o total esperado para 12 meses”, disse.

Padilha explicou que uma nota técnica será divulgada para orientar profissionais de saúde em todo o país. “Queremos reforçar que qualquer suspeita deve ser notificada imediatamente. Não é necessário esperar a confirmação do diagnóstico. Esse alerta é fundamental para garantir atendimento rápido e reduzir os riscos”.

Segundo ele, há sinais que devem chamar a atenção: “Dor intensa diferente da azia ou da ressaca comum e alterações visuais, como flashes de luz ou perda parcial da visão, são indicativos que precisam ser levados imediatamente ao serviço de saúde”, destacou.