
O vereador André Salineiro (PL) criticou, nas redes sociais, uma cartilha de treinamento elaborada pela Maternidade Candido Mariano para orientar profissionais sobre o atendimento a homens trans e pessoas não binárias que engravidam.
O material integra um protocolo de acolhimento que detalha práticas de humanização e atendimento sem discriminação, conforme o documento disponibilizado pela unidade de saúde .
Em discurso no plenário, Salineiro afirmou que as ilustrações presentes no treinamento seriam inadequadas. “Gostaria de falar que de peito de homem não sai leite. Não tem como dar mamar a um neném”, disse. O vereador criticou a imagem de um homem trans amamentando um bebê e classificou o conteúdo como “inversão de valores”.
Durante a fala, ele exibiu o trecho da cartilha que apresenta os “nove passos para uma assistência inclusiva e respeitosa à diversidade familiar”, que aborda uso do nome social, respeito à identidade de gênero, direito ao acompanhante e adequação de protocolos clínicos. O parlamentar questionou a existência das orientações e disse que apresentará uma moção de repúdio na próxima sessão (26).
Críticas à Cartilha de Acolhimento
O protocolo da maternidade determina que o nome social deve prevalecer nos atendimentos, que a equipe não deve inferir a identidade de gênero da pessoa gestante e que o cuidado deve ser centrado na pessoa atendida. Também orienta profissionais a evitar perguntas constrangedoras, garantir privacidade e adaptar condutas clínicas conforme a anatomia de cada paciente .
O documento integra ações de humanização e acolhimento e reforça que “acolher é um compromisso coletivo”. A maternidade ainda não se manifestou sobre as declarações do vereador.