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Campo Grande, 08 de maio

Conversa entre MDB e PT pode colocar André Puccinelli e Lula no mesmo palanque

André governou MS entre os anos de 2007 e 2014, época em que o país esteve sob gestão do PT e ele manteve boa relação

Por Nyelder Rodrigues
21/04/2022 • 12h02
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A pré-candidatura ao Governo do Estado proposta pelo diretório sul-mato-grossense do PT ainda não empolgou a Executiva nacional da sigla. Várias conversas são mantidas com outros pré-candidatos, conforme admitem os próprios caciques do partido no Estado. A intenção é que a legenda da estrela vermelha entre nas campanhas desses, caso topem apoiar Lula.

Na semana passada, o deputado federal Vander Loubet chegou a revelar que mantinha conversas com quatro pré-candidatos: André Puccinelli (MDB), Marquinhos Trad (PSD), Rose Modesto (União Brasil) e Eduardo Riedel (PSDB). Contudo, o apoio de Riedel a Bolsonaro e a predileção de Rose pela terceira via afastaram ambos de um acordo.

A necessidade do diretório nacional petista é que exista um palanque exclusivo para Lula em cada estado, com candidaturas locais fortes. Conforme apurado pela reportagem da CBN Campo Grande, as conversas entre PT e MDB avançaram recentemente.

Toda a negociação ocorre na esfera nacional, ou seja, foge do total controle dos dirigentes locais. Assim, um possível palanque com André e Lula na campanha, que começa oficialmente em agosto, se desenha para se tornar uma possibilidade viável.

Os entraves, por ora, são as bases bolsonaristas que acompanham André no Estado e a pré-candidatura presidencial de Simone Tebet (MDB), que é afilhada política de Puccinelli mas enfrenta resistência dentro do próprio partido, principalmente no Nordeste.

"Deixo isso em aberto. Se você prefere o Bolsonaro, boa escolha. Se prefere o Lula, boa escolha também. Não vou entrar nessa seara agora. Escolhendo a mim em Mato Grosso do Sul, é o que importa", disse André em recente visita para entrevista ao Jornal CBN Campo Grande.

POSSÍVEL VICE QUER TEREZA

Como é típico de todo processo pré-eleitoral, os políticos conversam muito entre eles, mesmo quando se colocam ao público como adversários. Nessa dinâmica, emedebistas também chegaram a dialogar para se aproximarem da líder bolsonarista em Mato Grosso do Sul, a ex-ministra da Agricultura e pré-candidata ao Senado, Tereza Cristina.

Na semana passada o ex-prefeito de Costa Rica e possível vice de André, Waldeli dos Santos Rosa, emitiu nota à imprensa sob o título "Com baixa rejeição, MDB não desiste de Tereza Cristina para compor chapa majoritária". A aposta, segundo o texto, é fortalecer a pré-candidatura de Puccinelli para o governo nas eleições de outubro.

A linha seguida pelo emedebista é curiosa, pois vai em sentido totalmente oposto ao pregado pelo MDB nacional - senão apoiar Lula, o partido deve seguir junto à terceira via. Contudo, tais conversas foram esfriadas com a confirmação do pré-candidato tucano Eduardo Riedel de que fará palanque para Jair Bolsonaro (PL), sob influência de Tereza.

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