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Campo Grande, 26 de abril

Risco de contágio por síndromes respiratórias atinge patamar máximo em Corumbá

Covid-19 não tem sido a principal causadora de quadros gripais na capital do Pantanal, graças a ampla imunização

Por Rodolfo César
03/05/2022 • 11h27
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A macrorregião de saúde de Corumbá, que envolve também Ladário e gera repercussão na Bolívia, é apontada pela Fiocruz com nível extremamente alto para contágio da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) para um cenário futuro. 

A análise consta no boletim do InfoGripe. As constatações foram feitas após análise da semana epidemiológica 15, período de 10 a 16 de abril. O documento também faz projeções sobre o cenário da doença.

A SRAG pode se manifestar em diferentes tipos, como Influenza A, Influenza B, Covid-19 e VSR (Vírus Sincicial Respiratório). Os relatórios analisados pela Fiocruz ainda ressaltaram o cenário da doença em crianças, grupo que recebe particular atenção da entidade.

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No país, há 30 macrorregiões de saúde e no boletim divulgado neste final de abril há 21 unidades em nível epidêmico, 6 em nível alto, 2 em nível muito alto e apenas a regional de Corumbá como nível extremamente alto.

A ascensão de casos é uma realidade que foi identificada desde fevereiro, com a volta das aulas presenciais e atingiu quase todo o Brasil. Depois de um pico de incidência, em termos nacionais a doença caminha para uma redução. Quadro destoa da identificação feita sobre a macrorregião de saúde de Corumbá, que segue com grau extremamente alto para contágio.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ressaltou que agora não é o vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19, que mais está afetando a população. 

“Os novos dados laboratoriais apontam predomínio de casos associados ao VSR, sendo 66,4% entre os positivos nas últimas 4 semanas na faixa etária de 0 a 4 anos e 23% na faixa de 5 a 11 anos. Com relação ao rinovírus, o predomínio de casos foi de 36% e, de Sars-CoV-2, foi de 28%. No agregado nacional, verifica-se cenário de estabilização em todas as faixas etárias da população adulta”, sinaliza Gomes.

O Vírus Sincicial Respiratório, ou VSR, prolifera-se em ambientes pouco ventilados, além de ter alto poder de contágio. Esse tipo de vírus é identicado como um dos principais agentes de infecção aguda nas vias respiratórias e pode afetar brônquios e pulmões. Essa doença é causadora de pneunomia, especialmente em bebês prematuros.

A grande maioria de infecção causada por VSR ocorre no final de outono, em geral entre os meses de maio a setembro. As mucosas da boca, do nariz ou dos olhos são as principais formas de o vírus penetrar no organismo e tem capacidade de permanecer por semanas. 

O contágio ocorre enquanto a infecção está ocorrendo por conta da tosse, espirro e fala, além de toque em objetos que foram manuseados por quem está doente. Condição semelhante ao que ocorre com o SARS-CoV-2, da Covid-19.

O uso de máscara em ambientes fechados é uma das formas de se proteger contra o contágio e evitar que outras pessoas sejam contaminadas. Outras orientações válidas para a covid-19 contribuem também, como lavar as mãos e evitar espirrar sem proteger a boca e o nariz.

Como medida para tentar frear esse contágio em larga escala, a Prefeitura de Corumbá anunciou para esta terça-feira (3) o início de uma campanha de vacinação, focando principalmente a imunização contra a covid-19. 

Esse trabalho está direcionado para as crianças de 5 a 11 anos, que tem cobertura vacinal na faixa dos 30%, bem abaixo de demais grupos. A vacinação está ocorrendo nas escolas municipais.

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