Uma ação conjunta da Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (03/09), a Operação “EBDOX”, com objetivo de desarticular uma organização criminosa dedicada à prática de estelionatos na modalidade do golpe do falso investimento. A ação foi coordenada pelo Distrito Federal, mas contou com apoio de forças policiais de vários estados, incluindo a equipe do SIG/NRI de Dourados, onde foram cumpridos mandados.
Nessa fase da operação são cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária nas cidades de São Paulo (SP), Guarujá (SP), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Entrerios (BA) e em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Também foram expedidas medidas de sequestro de valores.
Após a conclusão das investigações os autores irão responder pelos crimes de estelionato (fraude eletrônica), organização criminosa e lavagem de capitais.
INVESTIGAÇÕES
Segundo as informações policiais, as investigações tiveram início em abril de 2024, quando diversas vítimas do Distrito Federal entraram em grupos de WhatsApp liderados por um suposto doutor em economia na USP, o qual dava dicas de investimentos para os integrantes. Após adquirir a confiança dessas vítimas o suposto doutor indicou uma plataforma de investimentos intitulada EBDOX, onde eram feitas aplicações com altos retornos dentro da plataforma.
Quando as vítimas passaram a solicitar os saques na plataforma, elas foram informadas de um suposto bloqueio dos valores por parte de uma força tarefa da Polícia Federal e que seria necessária uma caução de 5% para liberação dos saques. Após esse novo pagamento da caução os valores não foram liberados e em seguida a plataforma saiu do ar, deixando as vítimas no prejuízo.
ESQUEMA BILIONÁRIO
Ainda conforme as informações da polícia, somente uma vítima residente em Taguatinga/DF teve um prejuízo superior a R$ 220.000,00, já em um sítio eletrônica de reclamações há mais de 400 queixas de vítimas da falsa plataforma de investimentos
Após o início das investigações foi constatado que o grupo era liderado por indivíduos de nacionalidade chinesa residentes na região central de São Paulo/SP, os quais cooptaram brasileiros para organizar os grupos de WhatsApp onde as vítimas eram enganadas. Havia uma estrutura rígida de monitoramento dessas pessoas que tinham catálogos para prestarem informações em chinês para os líderes do grupo e eram remuneradas com criptomoedas.
Somente uma das empresas destinatárias do proveito do crime movimentou mais de R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais) durante o ano passado. Foi descoberto que os valores provenientes dos crimes eram lavados através da compra de criptomoedas, de créditos de carbono e ainda com a exportação de alimentos de Boa Vista/RR para a Venezuela.
O delgado da Polícia Civil de Distrito Federal, Thiago Boeing, fala sobre os trabalhos: