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INVESTIGAÇÃO

Prefeito deverá explicar em audiência uso de bens em nome de traficante

Audiência foi marcada para o dia 9 de outubro / Foto: Reprodução/Redes Sociais
Audiência foi marcada para o dia 9 de outubro / Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Justiça Eleitoral do Mato Grosso do Sul agendou para o dia 9 de outubro uma audiência de instrução que pode definir os rumos do processo contra Juliano Ferro Barros Donato, de 42 anos, prefeito de Ivinhema, cidade há 116 km de Dourados. Ele é réu por falsidade ideológica eleitoral e ocultação de patrimônio, acusado de utilizar uma residência e veículos de luxo registrados em nome de um investigado por tráfico de drogas.

De acordo com a denúncia, o prefeito teria deixado de declarar à Justiça Eleitoral os bens que utilizava, entre eles uma casa avaliada em cerca de R$ 750 mil e duas caminhonetes de alto valor que juntas somam mais de R$ 1 milhão. A acusação alega que tais omissões configuram ocultação de patrimônio e manipulação da declaração de bens exigida para registro de candidatura.

Em depoimento à Polícia Federal, Juliano Ferro admitiu que comprou os veículos “no fiado” e alegou que ainda deve cerca de R$ 400 mil de um deles. Mesmo assim, a Justiça Eleitoral manteve o prefeito como réu após rejeitar pedido de absolvição sumária da defesa, argumentando que a acusação descreveu com detalhes os fatos e que há indícios suficientes para proceder com investigação e eventual julgamento.

A audiência deverá contar com o depoimento de Juliano Ferro e de testemunhas indicadas por acusação e defesa. Um ponto central será esclarecer por que a casa e os veículos estavam em nome de Luiz Carlos Honório, preso em operação da Polícia Federal e apontado como verdadeiro proprietário desses bens. Honório chegou a ser liberado por liminar, mas segue sob monitoramento por tornozeleira eletrônica.

O desfecho da audiência poderá decidir se o prefeito segue para julgamento ou se há chance de desdobramentos alternativos, como acordo ou absolvição em instâncias superiores. Politicamente, a permanência de Juliano Ferro como réu representa risco à sua carreira pública e levanta questionamentos sobre eventual inelegibilidade futura.