
Servidores técnico-administrativos da UFGD e do HU-UFGD paralisam os serviços nos dias 4 e 5 de dezembro, como parte de uma mobilização nacional em defesa de direitos, cumprimento de acordos e contra a Reforma Administrativa. A paralisação foi confirmada pela Sintef, após deliberação em Assembleia Extraordinária realizada no dia 25 de novembro.
Em entrevista ao Programa Microfone Aberto desta quarta-feira (03), o coordenador jurídico e de relações de trabalho do Sintef, Marco Henrique Soares Pereira, explica que a iniciativa não se restringe a Dourados.
“Fazemos parte de uma categoria nacional, com mais de 200 mil servidores e servidoras de universidades e institutos federais em todo o país. A paralisação busca pressionar o governo a cumprir o acordo da greve de 2024, quando a categoria ficou cerca de cinco meses em greve por reajuste salarial”, afirma.
Segundo Marco Henrique, a defasagem acumulada desde 2016 chega a cerca de 30% em relação à inflação, o que comprometeu o poder de compra dos servidores. “Estávamos sem reajuste desde 2016 e praticamente nove anos sem reajuste salarial, com uma defasagem de em torno de 30% frente à inflação”, afirma. Apesar de um reajuste de 9% em janeiro e promessa de 5% para o próximo ano, ele aponta que o governo tem demonstrado resistência em cumprir aspectos do acordo, como a regulamentação da jornada de 30 horas semanais e o reconhecimento dos saberes e competências, que permitiriam ganho salarial a servidores sem pós-graduação.
Além das demandas salariais, a mobilização também se soma à luta nacional contra a reforma administrativa. De acordo com Marco Henrique, os impactos da reforma, como o fim da estabilidade e aumento de contratações temporárias, podem precarizar ainda mais o serviço público, prejudicando não apenas os trabalhadores, mas “a população que mais depende dos serviços públicos”.
Em Dourados, a paralisação abrangerá os setores administrativos da UFGD, com as secretarias de graduação, pós-graduação, pró-reitorias e demais áreas técnicas-administrativas, que terão as atividades suspensas durante os dois dias. No Hospital Universitário, os serviços também serão reduzidos, especialmente os administrativos, apenas cerca de 30% do quadro seguirá trabalhando, para garantir atendimentos essenciais de saúde. Marco Henrique ressalta que o movimento não visa interromper completamente o atendimento, mas alertar para a situação da categoria.
O sindicato orienta alunos, servidores e usuários do hospital a se informarem previamente sobre possíveis alterações em horários e procedimentos durante a paralisação. O objetivo é que a comunidade compreenda a reivindicação e apoie a mobilização, sem comprometer os serviços essenciais.
Confira a entrevista na íntegra: