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Copa das Confederações não alavancou o turismo interno, diz pesquisa

Segundo o estudo realizado junto a torcedores das seis cidades sede, 85% das pessoas que foram aos estádios moravam no mesmo estado onde estava sendo realizado o evento.

A Copa das Confederações não foi capaz de movimentar o turismo interno, assim como também não atraiu o turista estrangeiro, aponta pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Segundo o estudo realizado junto a torcedores das seis cidades sede, 85% das pessoas que foram aos estádios moravam no mesmo estado onde estava sendo realizado o evento. Já de acordo com dados da Fifa, apenas 3% dos ingressos foram comprados por torcedores estrangeiros.

Na avaliação da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), essa baixa movimentação de turistas teve impactos no comércio, que contava com um provável aumento de demanda.

"Uma pesquisa anterior realizada em abril desse ano, mostrou que 83% dos comerciantes acreditavam que a Copa das Confederações iria trazer novas oportunidades de desenvolvimento para os negócios locais. A falta de turistas no evento, aliada aos resultados das manifestações nas ruas frustraram essas expectativas", afirma o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

O estudo também traça o perfil do consumidor que foi aos estádios durante os jogos. De acordo com os dados, a maior parte dos torcedores era formada por homens (62%) solteiros (59%), moradores do mesmo estado onde estava sendo realizado o evento (85%), com idade entre 18 e 34 anos (60%), pertencentes às classes AB (75%) e que foram aos jogos acompanhados dos amigos (45%).

Na avaliação do gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, o estudo mostra um perfil de consumidor bastante disputado pelo mercado. "94% dos entrevistados não parcelaram os gastos. Ou seja, é um comprador que não apresenta qualquer tipo de risco, porque a paga a vista e tem um alto poder aquisitivo", avalia.

Embora 83% dos varejistas acreditavam que a Copa das Confederações iria trazer novas oportunidades de desenvolvimento para os negócios locais, a pesquisa realizada durante os jogos apontou um cenário diferente. O consumo foi direcionado para o setor de serviços como restaurantes, bares e boates, deixando o segmento varejista a desejar.

Os dados mostram que boa parte dos consumidores pretendiam gastar quantias significativas durante o dia do evento com, por exemplo, alimentação (média de R$ 90 por dia), bares e boates (média de R$ 101 por dia).

No entanto, praticamente 70% do público que foi aos estádios não colocou a mão no bolso para levar um produto de loja para casa (souvenires, roupas, calçados e artigos esportivos). 
 
"O que é de certa forma natural, já que a maioria desses consumidores eram locais e não ira mesmo gastar com souvenires ou artigos esportivos, comumente comprados em viagens para presentear amigos e familiares", explica Roque Pellizzaro Junior.