Duas mortes e seis pessoas condenadas a 236 anos de prisão. Este é o saldo, até o momento, do julgamento de membros de uma facção criminosa que teriam julgado e matado um detento no presídio de Três Lagoas, em abril de 2015. Condenado à morte pelo “tribunal do crime”, ele teria participado, quatro meses antes, do assassinato de Maísa Martins, de 12 anos, durante um furto que deu errado.
O preso que morreu na cela era Leandro José Carvalho de Jesus. Maicron Selmo dos Santos e Everton Rodrigues de Queiroz foram condenados a 40 anos de cadeia cada um. Mateus Alves de Melo foi condenado a 36 anos, sem recorrer em liberdade.
Dos três, apenas Everton esteve no júri. Os outros foram julgados por videoconferência. Mateus está preso em Dourados e Maicron em Presidente Venceslau (SP).
Primeiro foram julgados Arison Rodrigo Moreira, Fabrício Cássio Vitória da Silva e Igor de Souza Alves, que pegaram mais de 40 anos de prisão, cada um, em regime, dia 5 de junho.
Fernando Barrinha Antonácio, que teria montado o “tribunal do crime”, Paulo César Pereira de Paula e Euclides Marciel Pires Katuaki Kudo vão a julgamento no próximo dia 26. Eles estão presos desde o ano passado e respondem por vários crimes.
Mortes
Maísa foi morta no dia 5 de dezembro de 2014 no bairro Guanabara. Ela reconheceu um dos assaltantes que tentou levar uma pulseira do avô e levou um tiro no pescoço. Socorrida, morreu no hospital no mesmo dia
O atirador tinha 17 anos na época e foi apreendido poucos dias depois. José Leandro, que tinha 19 anos na época, teria sido obrigado a cometer suicídio, ingerindo mistura de leite, álcool e cocaína. O veneno não surtiu efeito e o preso foi morto pelos colegas, por asfixia, dentro da cela.
Fernando Barrinha, que era tio de Maísa, seria o mandante do assassinato de José Leandro - acusação rejeitada por familiares, que pedem a absolvição. Dizem que não há provas de que ele teria ligação com a morte de Leandro José. A reportagem não localizou o advogado de Fernando nesta semana.