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'Adolescente que pilotava bicicleta elétrica em acidente que matou criança está abalada emocionalmente', diz advogado

Em contato com a redação, o representante da família negou uma suposta tentativa de abreviação da própria vida praticado pela jovem, mas ressaltou e confirmou que a adolescente apresenta forte abalo emocional e que precisará de tratamento

Veículo foi recolhido e levado ao pátio da Delegacia de Polícia Civil de Paranaíba no dia do acidente - Foto/Arquivo
Veículo foi recolhido e levado ao pátio da Delegacia de Polícia Civil de Paranaíba no dia do acidente - Foto/Arquivo

A adolescente de 14 anos que conduzia a bicicleta elétrica envolvida no acidente que resultou na morte de Antonella Vieira, de 3 anos, está em profundo abalo emocional após o ocorrido, informou o advogado da família Lucas Martins. Em contato com a redação, o representante da família negou uma suposta tentativa de abreviação da própria vida praticado pela jovem – informação confirmada ao RCN67 com documento de texto e áudio por uma pessoa próxima à família -, mas ressaltou e confirmou que a adolescente apresenta forte abalo emocional.

Em entrevista a um canal de televisão, Martins confirmou que a adolescente apresenta abalo psicológico significativo e que precisará de tratamento. A fala ponta que a jovem pode estar desenvolvendo um possível Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), condição que surge após a vivência ou exposição a eventos traumáticos.

“Infelizmente, esse julgamento virtual já está causando transtornos para essa adolescente. Ela hoje não quer ir para a escola, não está dormindo direito e vai precisar passar por tratamento psicológico”, afirmou Martins.

O advogado declarou ainda que a família da adolescente teme pela própria segurança diante dos comentários e ataques virtuais que vêm recebendo desde o acidente.

“A família da adolescente entende e se compadece com a dor da família da Antonella. Mas, ao mesmo tempo, a gente clama para que essas pessoas que têm feito comentários maldosos façam uma análise antes de emitir essas opiniões, pois isso está machucando duas famílias. Cada vez que a história é revivida, além de ferir a família da criança que morreu, fere também a família da adolescente de 14 anos, que nada mais é que uma criança em formação”, pontuou.

Lucas Martins também explicou como a mãe da adolescente agiu ao ser informada do acidente e disse que a situação foi uma fatalidade.

“No momento em que ocorre o acidente, a adolescente não foge. Ela vai buscar a mãe. E é a própria mãe quem chama a polícia. Em nenhum momento a família fugiu da responsabilidade. Eles ficaram no local, acionaram a polícia e prestaram o apoio necessário. A mãe recebeu a notícia da morte da menina no próprio local, onde a polícia informou que Antonella havia falecido e que ela seria levada à delegacia para apuração dos fatos”, relatou o advogado.

O caso

O acidente ocorreu por volta das 17h40 de sábado, 25 de outubro, no bairro Jardim Karina, durante uma confraternização familiar. Antonella tentava atravessar a rua quando foi atingida por uma bicicleta elétrica conduzida por uma adolescente de 14 anos, que transportava outras três crianças — seus irmãos, de 8 e 10 anos, e um amigo de 8.

Segundo relato da adolescente, o impacto aconteceu quando seu joelho esquerdo atingiu Antonella, que caiu e sofreu traumatismo craniano. A menina foi socorrida pela família e levada para a Santa Casa de Paranaíba, mas chegou ao hospital sem vida. Apesar das tentativas de reanimação, o óbito foi confirmado pela equipe médica.

A mãe da adolescente acionou a Polícia Militar, que apreendeu a bicicleta elétrica. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente. De acordo com a delegada de plantão, todos os envolvidos foram ouvidos, e o caso segue sob investigação.