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Cemitério de cidade chilena tenta proteger seus mortos

Tumbas foram ao chão em Placilla, e funerais são feitos do lado de fora

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“Lamentavelmente, para os mortos não há subsídio. Todo o dinheiro para a reconstrução vai para os vivos”. O desabafo é de Walter Alfonso Gonzáles, secretário paroquial da única igreja da pequena cidade chilena de Placilla, de 8,5 mil habitantes e a cerca de 150 km da capital, Santiago. Ele se referia à destruição causada pelo forte terremoto que atingiu o país no dia 27, e que derrubou 80% das construções do também único cemitério da região.


Construído em 1904, o Cemitério Paroquial de Placilla sobreviveu aos fortes terremotos de 1965 e de 1985. Mas, desta vez, não resistiu. Com covas abertas e esqueletos espalhados pelo chão, teve que ser fechado por tempo indeterminado. O coveiro Jorge Cañete disse que assim que perceberam que as pessoas estavam entrando, tiveram que cobrir as tumbas da frente com um pano. “As pessoas não respeitam os mortos, querem entrar para ver as tumbas, e temos medo de roubos. Agora vamos cobrir tudo com madeira.”