As chuvas do primeiro mês da Primavera, iniciada em 23 de setembro, foram bem distribuídas e na quantidade certa para o cultivo da soja, segundo especialistas na cultura. Os primeiros efeitos do fenômeno El Niño, se por um lado mostram força de destruição em quase uma centena de cidades gaúchas, em Mato Grosso do Sul possui resultados melhores que os esperados.
São estes efeitos que aceleram o plantio da nova safra de soja, para o período 2015/2016.
De acordo com informações do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga), em Mato Grosso do Sul, 28% da área já foi semeada.
Em comparação ao ano passado, o cenário de agora é quase seis vezes mais positivo. Até este mês, em 2015, o Estado tinha pouco mais de 5,5% de sua área disponível para soja plantada. Os dados tambémk são do Siga.
Na estimativa mais recente da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), nesta safra, o Estado deve produzir 7,2 milhões de toneladas da cultura. O volume corresponde a mais de 20% do que o Estado produzia há duas safras.
Sobre o favorecimento do clima, o analista de grãos da Aprosoja, Leonardo Carlotto, considera que o ritmo do plantio segue padrões normais para a época. “Nem atrasados, nem adiantados, estamos com o plantio dentro da normalidade. Quem ainda não plantou, está na expectativa de chuva moderada. E quem já fez a semeadura, precisa de clima mais ameno para o desenvolvimento da planta”, disse ele em uma publicação no site da associação, nesta semana.
A Aprosoja considera que a região Sul do Estado está mais adiantada e aparece com 34% do plantio. No Norte sul-mato-grossense, o índice chega a 11% da área plantada. O clima ajudou a semeadura em diversas cidades, desde setembro, como Aral Moreira (80%), Amambai (65%) e Laguna Caarapã (60%).
“No geral, as lavouras plantadas estão bem nascidas, com boa evolução e baixo aparecimento de plantas daninhas. Com ajuda do clima e o manejo do agricultor, não teremos problema com pragas e doenças”, disse o presidente da Aprosoja, Christiano Bortolotto, na mesma publicação.
Se olho no tempo e com previsão de que as chuvas seguirão em quantidade e força moderadas, cultivadores ainda projetam aumentam o plantio. É o caso de Jean Ricardo Bertelli, que pretende lançar a campo mais equipamentos e homens, nos próximos dias. “Ainda não sei quantos [empregados], mas pretendo chegar aos 10 mil hectares antes do final de novembro, previu.