
A deputada estadual Gleice Jane (PT) afirmou que o enfrentamento à violência contra as mulheres é uma das principais prioridades de seu mandato e defendeu a criação de políticas públicas com financiamento específico para combater o avanço dos casos em Mato Grosso do Sul. A avaliação foi feita em entrevista à rádio Massa FM, desta terça-feira (16), na qual a parlamentar fez um balanço de sua atuação em 2025 e apontou os desafios para o próximo ano.
Professora de formação e uma das três mulheres na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), Gleice Jane classificou como “assustador” o crescimento da violência de gênero e destacou a mobilização nacional recente contra o feminicídio.
“As mulheres estão morrendo de forma cada vez mais cruel. Não dá mais para tratar essa pauta como secundária”, afirmou.
Entre as iniciativas apresentadas na Casa, a deputada citou um projeto de lei para a criação de um fundo estadual de enfrentamento à violência contra as mulheres. Segundo ela, a proposta busca dar visibilidade ao financiamento da política pública e permitir o monitoramento dos investimentos. “Na política, os homens falam em milhões para tudo. E para as mulheres, quanto está sendo investido?”, questionou.
Outra proposta mencionada é o projeto chamado “Círculo do Cuidado”, que estabelece protocolos de prevenção à violência em espaços públicos e privados, envolvendo áreas como educação, saúde e assistência social. Gleice Jane também lembrou a aprovação da lei que institui o Dia Estadual de Enfrentamento à Violência Política de Gênero.
Durante a entrevista, a parlamentar afirmou que o ambiente político ainda é predominantemente masculino e que isso se reflete no cotidiano da Assembleia. Segundo ela, normas, práticas e até o regimento interno foram historicamente construídos para homens. “A política não foi feita para nós, mulheres. Nós ocupamos esse espaço para transformá-lo”, disse.
Desafios e Embates Ideológicos no Legislativo Estadual
Gleice Jane também comentou os embates ideológicos no Legislativo estadual, defendendo que a divergência fortalece o debate democrático, desde que os interesses coletivos prevaleçam sobre agendas individuais. Ela criticou propostas que, segundo afirmou, beneficiam apenas grupos específicos de políticos.
Sobre as pautas regionais, a deputada destacou a defesa da demarcação de terras indígenas e afirmou que os conflitos fundiários no sul do Estado exigem uma resposta do poder público. Para 2026, além da agenda das mulheres, ela citou como prioridades a educação, os direitos dos povos indígenas, o enfrentamento ao racismo e a agenda ambiental.
Reeleição em 2026 e Articulação Partidária
A parlamentar confirmou que será candidata à reeleição em 2026 pelo PT e afirmou que o partido já articula uma chapa para a disputa estadual, com candidatura própria ao governo e ao Senado.