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INVESTIMENTO NA PROTEÇÃO

Governo de MS destina R$ 3,6 milhões a projetos para infância e adolescência

Governo de MS lança edital e destina R$ 3,6 milhões a projetos sociais voltados à proteção da infância e adolescência.

Reunião com representantes de organizações sociais discutindo projetos para crianças e adolescentes em Mato Grosso do Sul.
Representantes de organizações sociais irão fiscalizar projetos para crianças e adolescentes em Mato Grosso do Sul. Foto: Gerada por IA | Adriano Hany

O Governo de Mato Grosso do Sul abriu um novo ciclo de financiamento de projetos sociais ao publicar, nesta quinta-feira (11), o Edital de Chamamento Público nº 03/2025 da Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (SEAD). Ao todo, o certame prevê R$ 6.450.000,00 para parcerias com Organizações da Sociedade Civil (OSCs). No entanto, concentra a maior fatia – R$ 3.600.000,00 – em ações voltadas diretamente à proteção infantil e ao adolescente, com recursos do Fundo Estadual para a Infância e Adolescência (FEINAD), visando a proteção infantil e assegurando um futuro melhor.

Nesse contexto, o edital busca formalizar Termos de Fomento com entidades que atuam junto a populações em situação de vulnerabilidade social. Ele fortalece serviços e projetos que tenham impacto direto na qualidade de vida de crianças, adolescentes e suas famílias. As propostas aprovadas terão vigência entre 8 e 12 meses. Isso permite, por exemplo, a execução de ações continuadas ao longo de quase um ano.

Além disso, o governo segmenta o investimento por eixos temáticos e territoriais, distribuindo os recursos entre Campo Grande e o interior do estado. Assim, o edital não se limita a grandes centros urbanos e tenta alcançar municípios que convivem com desigualdades acentuadas ou são afetados por grandes empreendimentos. Essa estratégia amplia a proteção infantil em áreas desfavorecidas.

Eixos priorizam combate à violência, educação, cultura e qualificação

No bloco da infância e juventude, o edital elenca linhas de atuação específicas e estabelece valores para cada frente. Em primeiro lugar, aparecem os projetos de combate à violência e à exploração, voltados ao atendimento de vítimas de violência doméstica, sexual, uso de drogas ou gravidez precoce. Para esse conjunto de iniciativas, o texto reserva um total de R$ 800 mil.

Além disso, há uma destinação de R$ 200 mil exclusivamente para ações de enfrentamento ao trabalho infantil e à exploração sexual em municípios impactados por grandes obras e pela Rota Bioceânica. A ideia é reforçar a proteção justamente em áreas expostas a fluxos migratórios, aumento de circulação de cargas e intensificação de atividades econômicas. Nessas áreas, a vulnerabilidade tende a crescer, exigindo maior proteção infantil.

Na área de educação e cultura, o governo prevê R$ 1 milhão para projetos de incentivo à leitura e à alfabetização no contraturno escolar. Paralelamente, outro R$ 1 milhão vai para iniciativas de inclusão social por meio do esporte, da cultura e da inclusão digital. Assim, ampliam-se oportunidades para crianças e adolescentes fora do horário de aula.

O edital também reserva R$ 200 mil a ações de fortalecimento de vínculos familiares e encaminhamento para adoção de crianças acolhidas. Isso reforça a atenção à rede de acolhimento institucional. Já a qualificação profissional de adolescentes e sua inserção no mercado de trabalho terá outro aporte de R$ 200 mil. Essa quantia é voltada a iniciativas que preparem jovens para o primeiro emprego ou para oportunidades formais de trabalho.

Para disputar recursos nesses eixos, as OSCs precisam comprovar inscrição no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de seu município. Dessa forma, o edital reforça a articulação entre projetos financiados com o FEINAD e o controle social exercido nos conselhos locais.

Direitos Humanos e Assistência Social dividem R$ 2,85 milhões

Embora a maior parte do montante seja direcionada à infância e adolescência, o chamamento também contempla outras agendas sensíveis. Na área de Direitos Humanos, estão previstos R$ 1.020.000,00 para projetos. Eles são voltados a pessoas em situação de rua, migrantes, refugiados, mulheres vítimas de violência, pessoas idosas, combate ao racismo e reabilitação de dependentes químicos.

Além disso, o campo da Assistência Social vai receber R$ 1.830.000,00. O foco é em unidades de acolhimento para adultos, famílias, idosos e pessoas com deficiência, além de ações voltadas à primeira infância (crianças de zero a seis anos) em situação de risco. A intenção declarada no edital é fortalecer a rede socioassistencial e reduzir lacunas de atendimento em territórios mais vulneráveis, onde a proteção infantil é crucial.

Ao distribuir os recursos entre esses três blocos – FEINAD, Direitos Humanos e Assistência Social – o Governo tenta alinhar a política de fomento ao conjunto de demandas atendidas diariamente pelos equipamentos públicos e pelas OSCs parceiras.

Regras limitam inscrições e definem cronograma até março de 2026

No capítulo operacional, o edital impõe restrições para evitar concentração de recursos nas mesmas entidades. As organizações interessadas não podem ter sido convocadas ou ter efetivado parceria no edital anterior (nº 01/2025), o que abre espaço para novos proponentes.

Além disso, cada OSC poderá inscrever apenas uma proposta por campo de atuação. Uma no FEINAD, outra em Direitos Humanos e outra em Assistência Social, no máximo. O valor do repasse será feito em parcela única. Isso exige planejamento financeiro e execução organizada das ações ao longo do período de vigência.

As inscrições serão realizadas exclusivamente pelo Sistema TRANSFERE-MS, dentro da plataforma SIAFIC, o que padroniza o protocolo e reduz o uso de processos físicos. O cronograma prevê o envio de propostas entre 29 de dezembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026. Em seguida, a sessão pública virtual está marcada para 28 de janeiro de 2026, com divulgação do resultado preliminar em 6 de março.

Por fim, a homologação e o resultado definitivo devem ser publicados em 27 de março de 2026. Até lá, OSCs interessadas em atuar com proteção à infância, direitos humanos e assistência social têm um roteiro definido para disputar recursos e tirar projetos do papel. Isso ocorrerá desde que atendam às exigências técnicas e documentais do chamamento, especialmente em projetos que visem a proteção infantil.