Após uma semana de paralisação, a greve dos empregados da Empresa de Correios e Telégrafos começa a dar sinais de recuo. Segundo nota oficial da empresa, na última sexta-feira (18), os funcionários do Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Ribeirão Preto, Santos e Bauru, estado de São Paulo, Santa Maria (RS) e Uberaba (MG) retornaram às atividades diárias.
Com esta medida, a greve, que até a semana passada contava com uma adesão de 31%, caiu para 24% dos 109 mil empregados nesta segunda-feira (21).
Em Mato Grosso do Sul, a greve também chegou ao fim. A decisão foi tomada em uma assembléia geral realizada na tarde de segunda-feira. Os carteiros aceitaram a proposta da empresa e retomaram as atividades ontem (22). No Estado, a greve durou cinco dias e havia tido adesão nos municípios de Dourados, Campo Grande e Aquidauana. Em Três Lagoas, não houve adesão entre os 45 funcionários existentes, aproximadamente.
O índice de adesão é de 8% no Estado, o que corresponde a uma média de 120 funcionários, dos 1,4 mil ligados à empresa.
A categoria reivindica uma reposição salarial de 41,03%. Os trabalhadores ainda exigem aumento linear de R$ 300 no piso salarial, que atualmente, é de R$ 640. Em contrapartida, Empresa de Correios e Telégrafos ofereceu um reajuste imediato de 9% e aumento linear de R$ 100 a partir de janeiro de 2010. O acordo valeria por dois anos, com o compromisso de não haver desconto dos dias parados, porém, pela proposta, os funcionários ficariam sem aumento salarial até agosto de 2011.
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DANOS
Ainda segundo a empresa, os serviços mais atingidos são de distribuição dos objetos postais. Na madrugada de ontem (21), a rede postal noturna voltou a funcionar normalmente, porém, a carga com atraso é de 34,6 milhões de correspondências e 339 mil encomendas em todo o País. O número é equivalente a pouco mais que toda a movimentação diária dos Correios: 33 milhões de correspondências por dia e 770 mil encomendas. A estimativa é de que, apenas em Dourados, mais de 50 mil correspondências não foram entregues por conta da greve.
Desde o início da paralisação, as agências de correios permanecem funcionando normalmente em todo o Brasil. No entanto, por medidas de precaução, os serviços com hora certa (Sedex 10, Sedex Hoje, Sedex Mundi e Disque-Coleta) foram suspensos. O serviço de Sedex continua funcionando, mas sem garantia de prazo para a entrega.
Ainda na sexta-feira (18), os Correios protocolaram junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) pedido de liminar para a suspensão do movimento grevista.
Nesta semana, o Tribunal tomou decisão favorável à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), recusando o pedido de paralisação da greve, protocolado pelos Correios na semana passada. No entanto, o TST determinou à classe que mantenham 30% dos funcionários em cada uma das agências. Em caso de descumprimento a Federação poderá ser multada em até R$ 50 mil por dia. Uma audiência de conciliação está prevista para esta quinta-feira (25).
