A bióloga Márcia Schneider expôs a preocupação e necessidade emergencial de um projeto e execução de monitoramento ambiental em lavas-jatos de Dourados, por causa do risco de contaminação dos lençóis de água subterrânea.
Conforme ela, a instalação indiscriminada de estabelecimentos que atuam com a lavagem de veículos na cidade pode estar prejudicando o meio ambiente.
Isso acontece devido à lavagem de veículos em lava-jatos estar liberando produtos poluidores que chegam através de canaletas aos coletores de esgoto, podendo causar obstrução das redes e danos aos equipamentos das estações de tratamento.
A bióloga analisa que a maioria dos estabelecimentos estão em desacordo com as normas ambientais e acredita que deveria existir fiscalização rigorosa para conferir a regularização de documentos, localização e existência de estação de tratamento. Também é necessário, de acordo com ela, identificar se é feito o tratamento dos efluentes, já que há riscos de contaminação dos lençóis freáticos por óleos e produtos de limpeza utilizados durante a lavagem dos veículos.
Por todos os bairros da cidade é fácil avistar pequenos lava-jatos de carros e motos. Grande parte deles jogam os produtos de limpeza direto na rede de esgoto. Geralmente, esses estabelecimentos são implantados em locais com solo permeável sem a adequação das normas legais que exigem caixas de areia para reter o material mais pesado, como também caixas separadoras de água e óleo.
Márcia Schneider avalia que falta esclarecimento aos proprietários desses comércios sobre os riscos dessa atividade para o meio ambiente e para a saúde dos trabalhadores que atuam no setor. A medida requer investimentos que muitas vezes os proprietários dos pequenos empreendimentos não estariam aptos a fazer.
A bióloga aponta que seria necessária a construção de uma área coberta para a lavagem de veículos, área de impermeabilidade, drenagem, caixa separadora de água e óleo, paredes divisórias e calha de drenagem, bem como drenagem de óleos para depósito, que devem estar tampadas.
Ela explica que para evitar a contaminação do lençol freático é necessário instalar três caixas para reter os resíduos da lavagem. Uma delas seria a de areia, que retém o material mais pesado. A outra seria a de separação de óleo e graxas, que tendem a flutuar e podem ser retiradas do esgoto através de uma tubulação. A terceira e última caixa seria para coletar o óleo.
Márcia Schneider chama atenção para esse problema pois toda a sujeira causada pelas oficinas é lançada nas galerias de águas pluviais, podendo ser direcionada aos rios e lagos sem nenhum tratamento.