Apesar da alta ao consumidor, o produtor recebeu, em média, R$ 0,6548 pelo litro do leite padrão no mês de abril, conforme dados do Conseleite. O valor representa aumento de 7,6%, índice que ficou aquém dos 9,14% projetados. Para maio, o conselho projeta R$ 0,6604.
Além do crescimento abaixo do esperado, o presidente do Sindilat, Carlos Feijó, informou que as indústrias irão retirar o pagamento de adicionais, o que deve resultar em queda de R$ 0,12 por litro. Segundo ele, os laticínios irão honrar o valor indicado. "Não estamos captando o preço esperado no varejo", reclama.
O tema gerou polêmica, ontem, na reunião do Conseleite. O presidente do conselho, Elton Weber, afirmou que já houve retirada de bonificações em abril. "Se a variação no varejo for maior, exigiremos repasse ao produtor." Em contrapartida, o diretor da Farsul, Jorge Rodrigues, ponderou que os tais adicionais limitam-se a criadores que têm maior volume de produção ou índices elevados de qualidade.
O presidente da Agas, Antônio Longo, argumentou que, para que os supermercadistas repassem mais aos laticínios, o longa vida deveria ter preço acima dos R$ 2,00 o litro, o que atualmente limita-se a poucas marcas.