O método de extração de DNA utilizado pela diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses, perita criminal Josemirtes Prado da Silva, foi elogiado na edição do mês de junho, da Revista Prova Material elaborada pelo Departamento de Polícia Técnica do estado da Bahia (DPT).
Na revista de circulação semestral para profissionais do segmento, um perito criminal daquele estado escreveu um artigo onde fala que utilizou os protocolos básicos realizados em Mato Grosso do Sul para realizar um trabalho com estudo de dois tipos de extração de DNA no Laboratório Central de Polícia Técnica (LCPT).
O método utilizado pelo perito criminal da Bahia Eugênio Nascimento foi a partir de amostras biológicas de tecidos humanos conservados em formol, e também com parafina. De acordo com o resultado do trabalho, os peritos descobriram que quando o DNA está presente em pequenas quantidades, mesmo sem condições para a extração, como em tecidos com formol e parafina, com a técnica utilizada em Mato Grosso do Sul é possível obter um resultado de boa qualidade e concentração.
De acordo com a diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses de Mato Grosso do Sul, perita criminal Josemirtes Prado da Silva, o método de extração de DNA utilizado aqui é fruto de estudos e testes em fetos através de protocolos básicos utilizados nas cidades do estado de Minas Gerais e São Carlos (SP). “Fizemos diversos testes em fetos, resultado de abortos. Como eles já chegam para nós no formol é difícil obter um tecido para a extração de DNA. É como se o formol fosse degradando o DNA e isso dificulta encontrar o perfil genético”, explicou.
Com o método utilizado pela perita criminal, é possível conseguir extrair o DNA, através de diversos passos e procedimentos para eliminar o formol. “A técnica consiste em limpar o tecido que será extraído o DNA com diversas etapas de lavagens, uso de reagentes, passagem pela centrifugação, uso de etanol, entre outros procedimentos”. Com o tecido “limpo”, sem vestígios de formol e de parafina é possível passar para a etapa de extração de DNA.
Os resultados dos testes feitos em fetos foram divulgados por Josemirtes Prado e pela colega, perita criminal Ceres Macksoud, num congresso em Vitória há três anos. Foi nesse encontro que o trabalho das peritas ficou conhecido e agora também testado por peritos da Bahia. Josemirtes Prado disse que o método é garantido. “Nunca mais tivemos problemas com a extração de DNA”, assegurou.
Controle de Qualidade
A perita criminal lembrou ainda que o Instituto de Análises Laboratoriais integra a rede nacional de genética forense e que participa do controle de qualidade do Grupo Ibero americano de trabalho em análise de DNA (GITAD), dentro da Academia Ibero americana de criminalística de estudos forenses, com sede na Espanha.
Josemirtes Prado disse que desde 2.008 o laboratório participa do controle de qualidade com o recebimento de certificados da GITAD. “Laboratórios de diversos países participam deste controle de qualidade. Nós recebemos diversas amostras e temos que realizar alguns testes. O resultado deste testes deve ser igual aos resultados dos outros laboratórios. Isto indica que o lugar é 100% confiável”, explicou.
Josemirtes Prado da Silva tem 44 anos é há 15 anos atua como perita criminal no Estado. A perita criminal Ceres Macksoud atualmente é coordenadora geral de perícia.