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Mutirão carcerário começa hoje em MS

A finalidade do mutirão carcerário é agilizar a concessão de benefícios prisionais aos internos do sistema penitenciário

Hoje (13), começa a ser realizado em Mato Grosso do Sul um mutirão carcerário, que deve durar 90 dias. Nesse período, visando desafogar o sistema carcerário no Estado, alguns juízes efetuarão um acompanhamento dos processos criminais em que tenham presos provisórios, assim como dos processos de execução penal. O mutirão também alcançará aqueles processos relativos a cumpridores de medidas de segurança, bem como os relacionados a adolescentes aos quais tenham sido aplicadas medidas restritivas de liberdade, provisórias e definitivas.

A finalidade do mutirão carcerário é agilizar a concessão de benefícios prisionais aos internos do sistema penitenciário, também revisando as medidas restritivas de liberdade provisoriamente decretadas, de forma a proporcionar a abertura de novas vagas nos estabelecimentos penais e melhorar as condições daqueles que permanecerem encarcerados.

Os juízes reexaminarão os processos de presos provisórios e condenados, inclusive vislumbrando a possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; reexaminarão processos de cumpridores de medidas de segurança; processos de cumpridores de medidas restritivas de liberdade, provisórias e definitivas, aplicadas pela Varas da Infância e da Juventude; além de processos de presos pendentes de recambiamento, provisórios e condenados, para que sejam imediatamente recambiados os que são de outros Estados.

A equipe de magistrados também irá verificar processos de condenados, definitivos ou não, nas varas criminais e nas de execução penal, a expedição de guias de execução e unificação e soma de penas; o reexame de processos de competência da Justiça Federal, de presos provisórios, condenados ou não, em primeiro e segundo graus.

Para que o mutirão seja realizado foram necessárias reuniões de planejamento estratégico e a instituição do Grupo de Monitoramento, Acompanhamento e Aperfeiçoamento do Sistema Carcerário, sob a presidência do Corregedor-Geral de Justiça, desembargador Josué de Oliveira.

Os magistrados que participam do grupo são: Albino Coimbra Neto, Alexandre Antunes da Silva, Fernando Paes de Campos, David de Oliveira Gomes Filho, Claudio Müller Pareja, Luciana de Barros e Eguiliell Ricardo da Silva, coordenados pela juíza auxiliar da presidência, Elizabete Anache, e pelo juiz auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, Fábio Possik Salamene.

Os trabalhos do mutirão carcerário se iniciam em Campo Grande e posteriormente serão estendidos para as Comarcas de Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Naviraí e Paranaíba, onde estão cerca de 80% da população carcerária. 

De acordo com o Provimento nº 179, publicado no Diário da Justiça de 30.07.09, algumas metas foram estabelecidas para facilitar o trabalho, podendo outras ser definidas pelos componentes do grupo. Desta forma, um mutirão carcerário será realizado a cada ano; haverá a implantação de processo eletrônico até o final de 2009 nas Varas de Execução Penal de Campo Grande e a implementação de projetos de capacitação profissional e de reinserção social do interno e do egresso do sistema carcerário de MS.

Mato Grosso do Sul é o décimo quarto estado a realizar o projeto de mutirão carcerário. Desde agosto do ano passado, os mutirões carcerários realizados pelo CNJ em diferentes Estados do Brasil já proporcionaram liberdade a mais de 3.000 presos. Os Estados que já foram ou estão sendo atendidos pelo projeto são: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas, Alagoas, Tocantins, Bahia, Paraíba, Ceará e Mato Grosso. O mutirão também será levado a Pernambuco.

Para contribuir com os trabalhos do mutirão em Mato Grosso do Sul, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) designará o juiz federal Roberto Lemos dos Santos Filho, da 1ª Vara da Justiça Federal de Bauru (SP), que aqui permanecerá durante todo o período de atividades do grupo.