Neymar é uma das últimas esperanças de a seleção brasileira levar pelo menos um "garoto" para a Copa da África. Mas ainda é mínima a possibilidade de o santista aparecer na lista que será anunciada por Dunga hoje, para o amistoso contra a Irlanda (no dia 2 de março), o último antes da convocação final para o Mundial.
O treinador até mudou muitos nomes em relação ao grupo que fracassou na Alemanha, em 2006. Mas não radicalizou na idade no elenco que montou.
Os 23 favoritos para a convocação da Copa da África têm idade média de 27,6 anos, contra os 29,5 do time de 2006.
Nas últimas listas de Dunga, os jogadores mais jovens chamados com frequência são Ramires e Lucas, que terão 23 anos quando a Copa começar. O lateral-esquerdo Marcelo, 22 no Mundial, até pode aparecer na lista final, mas Dunga mostra certa retidão com ele, assim como com outros garotos que convocou, caso específico de Alexandre Pato, 20, que até já fez gols sob o comando de Dunga, mas hoje fora dos planos para a Copa do Mundo.
Outro garoto que ficou pelo caminho foi o volante Anderson, hoje com 21 anos. Ele até pintou como provável titular de Dunga, mas seguidas contusões que o tiraram de partidas importantes, e os recentes casos de indisciplina no Manchester United, transformaram o atleta em zebra para o Mundial.
Se Neymar não convencer Dunga, a seleção não vai repetir a tradição de sempre ter um novato numa Copa, especialmente nas cinco em que foi campeã.
Em 1958, Pelé tinha 17 anos quando começou o Mundial da Suécia. Quatro anos depois, no Chile, Coutinho era o caçula, com 18 no início do torneio. Clodoaldo foi titular na conquista do trio com só 20 anos. Ronaldo repetiu os 17 no tetra, em 1994. Em 2002, Kaká foi convocado quando tinha acabado de completar 20 anos.
Com revelações em baixa, a grande dúvida da lista que Dunga vai anunciar no Rio, na sede da CBF, é a presença de Ronaldinho, 29, que, depois de ensaiar uma recuperação no Milan, voltou a cair de produção nas últimas rodadas do Campeonato Italiano. O provável concorrente de Ronaldinho por uma vaga, o meia Júlio Baptista, da Roma, também não passa por grande fase.