Está suspensa, até amanhã, a paralisação das empresas locadoras de maquinário pesado que prestam serviços na construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3), em Três Lagoas. A suspensão das atividades estava prevista para esta terça-feira,mas os empresários que apoiaram a parada deram prazo de mais 48h para que o consórcio responsável pela construção civil apresentasse uma proposta.
Conforme o presidente da Associação das Empresas Locadoras de Equipamentos Pesados de Mato Grosso do Sul (Alep-MS), Sérgio Fenelon, diretor de uma das empresas que prestam serviços ao consórcio, a prorrogação do prazo final para o início da paralisação foi um “voto de confiança” dos empresários para com o consórcio. As negociações para sanar a dívida do consórcio para com as empresas tiveram início na manhã de terça-feira e, depois de ser encerrada apenas à noite, fora retomada na tarde de ontem.
“O consórcio nos explicou que, se mantivéssemos a paralisação, eles não conseguiriam realizar a medição, essencial para o pagamento. Além disso, o consórcio sinalizou que tem interesse em buscar uma solução viável para os dois lados. Por isso, vamos dar esse voto de confiança por mais dois dias”, completou. (A entrevista foi feita no início da noite de ontem).
Fenelon explicou que, durante essas duas reuniões iniciais, nenhuma proposta concreta chegou a ser feita. De acordo com ele, o consórcio estaria com problemas no fluxo de caixa, mas que esta situação já estaria sendo normalizada. “Não temos interesse algum em prejudicar uma obra deste tamanho e dessa importância. A paralisação, para nós, é a última alternativa, o que nós queremos é receber. Não queremos prejudicar ainda mais o cronograma da obra”, disse.
Cerca de dez empresários do ramo participaram das reuniões de terça-feira. O número aumentou em comparação à semana passada, quando cinco empresas decidiram retirar suas máquinas de dentro do canteiro. De lá para cá, a dívida do consórcio para com as empresas locadoras de maquinários pesados também aumentou, explicou o presidente da Alep, de R$ 8 milhões para quase R$ 10 milhões. “Desde que anunciamos essa ideia de paralisar outras empresas nos procuraram dizendo que também estavam dispostas a parar. A dívida também aumentou. Para se ter uma base, dependendo da máquina, o valor do aluguel pode chegar a R$ 200 mil ao mês”, completou.
ATRASOS
As empresas do ramo de maquinário pesado que prestam serviços para a construção da fábrica de fertilizantes estariam sem receber desde novembro do ano passado. A possibilidade de uma greve foi sugerida na segunda-feira passada, dia 15, depois de outra reunião com o consórcio, sem avanços. “Como agora houve um interesse em nos apresentar uma proposta, que seja viável, foi que optamos por esperar. Se, depois de sexta-feira, não houver acordo, daí é que vamos retirar nossas máquinas do canteiro”, completou Fenelon.
Segundo o presidente da associação, o andamento das obras não fora prejudicado durante esses dois dias de negociação inicial, com o funcionamento normal do maquinário das empresas.
Ao todo, essas empresas empregam em torno de 200 operários e, juntas, elas correspondem a 90% de todo o maquinário pesado existente hoje no canteiro de obras da unidade de fertilizantes. São 127 máquinas pesadas trabalhando no local dessas empresas. Mesmo, se ocorrer, porém, a paralisação não será de 100%.
RESPOSTA
Em nota à imprensa, a Petrobras negou atrasos no pagamento para os seus fornecedores. “A Petrobras informa que cumpre rigorosamente com seus compromissos firmados em contratações de fornecimento. A empresa reitera que não há, no momento, quaisquer pagamentos em atraso junto aos seus fornecedores diretos”, disse através de nota à imprensa encaminhada ao site Campo Grande News.
A nova reunião de sexta-feira deve iniciar no período da tarde.
