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Santos só funciona na final depois de bronca de Dorival

"Dura? Levamos uma chupada. Desculpe o termo, mas foi isso que aconteceu", disse Léo

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Após um primeiro tempo sofrível, em que o Santo André dominou, abriu o placar e quase ampliou, uma "chupada" do técnico Dorival Jr. no intervalo mudou a história da primeira partida da decisão do Campeonato Paulista.

Foi assim que o lateral-esquerdo Léo definiu a bronca que o treinador deu nos jogadores no vestiário do Pacaembu. O Santos venceu por 3 a 2, aumentou sua vantagem e ficou próximo do seu 18º título paulista. E mesmo após o jogo e um banho frio, Dorival Jr. continuava visivelmente irritado.

"Dura? Levamos uma chupada. Desculpe o termo, mas foi isso que aconteceu", disse Léo. O treinador explica.

"Precisávamos ter uma mudança de postura no intervalo. Eles [Santo André] prevaleceram na primeira etapa e nossa equipe não conseguia jogar. Nós até podemos perder uma partida, mas desde que seja ao menos jogando de maneira correta, como fizemos durante o campeonato", disse.

A bronca do treinador surtiu efeito. O Santos fez três gols em 13 minutos e, quando podia ter liquidado o jogo, relaxou e sofreu o segundo gol mesmo com um jogador a menos –o zagueiro Toninho foi expulso. Foi justamente este o motivo da segunda "chupada" do técnico Dorival Jr., desta vez, após a partida.

"Se o nosso time estivesse mais ligado, teríamos feito o quarto gol. Não sei o que acontece. Já é a quarta vez que isso acontece [o Santos jogar com um a mais e levar pressão]. É simples, ou nós vamos aprender a jogar assim na marra ou continuaremos a levar sufoco", esbravejou o treinador.

Assim como no duelo com o São Paulo, na semifinal, o Santos ampliou sua vantagem. E, novamente, Dorival Jr. e os jogadores fizeram discursos contidos e pregando respeito ao adversário do ABC.

Dorival até desabafou sobre isso. "Tem gente que, quando nós falamos, entra por um ouvido e sai pelo outro. Eu vinha dizendo que o Santo André é perigoso, que qualquer resultado seria possível aqui."

A respeito da arbitragem, o treinador disse que não faria nenhum comentário, mas reclamou da não marcação de um pênalti no atacante Neymar.

"Não vou falar sobre o árbitro, se não vocês ficarão batendo muito numa mesma tecla. Mas o Neymar sofreu uma falta dura no primeiro minuto. Naquele segundo lance [suposto pênalti], para a arbitragem não foi nada. Quero rever a jogada, pois tenho certeza de que aconteceu alguma coisa ali", disse.

Para o jogo decisivo, Wesley, destaque do jogo de ontem com seus dois gols, é desfalque certo, já que foi suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

Na quarta-feira, o Santos terá pela frente o Atlético-MG pelo jogo de ida da Copa do Brasil. Segundo Dorival, o fato de enfrentar Vanderlei Luxemburgo, ex-treinador do Santos, não muda em nada a postura ou a vontade dos meninos da Vila. "Será um jogo difícil como foram todos até aqui".