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Sobreviventes recordam 65º aniversário da libertação de Auschwitz

Cerca de 700 pessoas se reuniram em Cracóvia, sul da Polônia

Sobreviventes de Auschwitz, veteranos do Exército soviético e dirigentes políticos como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu assistirão nesta quarta-feira à comemoração da libertação deste campo de concentração e extermínio nazista há 65 anos.

Mais de 1,1 milhão de homens, mulheres e crianças –entre os quais 1 milhão de judeus em toda a Europa– morreram no campo de Auschwitz, instalado em 1940 na Polônia ocupada e libertado em 27 de janeiro de 1945 pelo Exército soviético. O dia de hoje foi designado o Dia Internacional de Comemoração das Vítimas do Holocausto pelas Nações Unidas em 2005.

Cerca de 700 pessoas se reuniram em Cracóvia (sul da Polônia, a 50 km do ex-campo) para uma cerimônia prévia, organizada pelo Congresso Judeu Europeu.

O presidente americano, Barack Obama, enviará uma mensagem por vídeo aos participantes nas cerimônias.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prestou ontem uma homenagem às vítimas do Holocausto durante cerimônia organizada em Varsóvia, quando se inclinou diante do imponente monumento de mármore cinza do "Umschalgplatz", no centro da capital polonesa, no pé do qual depositou uma coroa de flores decorada com uma faixa azul e branca, as cores da bandeira de Israel.

"Neste lugar, a partir do qual centenas de milhares de judeus foram enviados a campos da morte e onde vemos hoje os justos entre as nações, nos deparamos ao mesmo tempo com o pior mal e a maior coragem de toda a história da humanidade", discursou Netanyahu.

Foi neste local que, em 1942, os ocupantes alemães nazistas de Varsóvia enviaram de trem mais de 300 mil judeus para o campo de extermínio de Treblinka, cerca de 100 km ao nordeste da capital polonesa.

Líderes

O presidente de Israel, Shimon Peres, pediu nesta quarta-feira que todos os que participaram no Holocausto sejam processados, em um vibrante discurso em hebreu ante o Parlamento de Berlim, no qual mencionou seu avó queimado vivo pelos nazistas junto com toda a comunidade judia em sua aldeia numa sinagoga na atual Belarrus.

Também nesta quarta, o papa Bento 16 denunciou a "crueldade inacreditável" dos campos de extermínio da Alemanha nazista em seu discurso durante a audiência-geral desta quarta-feira.

"A libertação de Auschwitz e os testemunhos dos sobreviventes revelaram o horror dos crimes de uma crueldade inaudita cometidos nos campos de extermínio criados pela Alemanha nazista", declarou o papa dirigindo-se aos peregrinos alemães presentes. Falando em seu idioma materno, o papa afirmou que "o horror nazista recorda o respeito pela vida".

O pontífice revelou que o "Dia da Memória", celebrado hoje, é dedicado a "todas as vítimas desses crimes, especialmente o da aniquilação planejada dos judeus", e prestou homenagem a "quem, colocando em perigo sua própria vida, protegeu os que eram perseguidos".

"Com emoção, pensamos nas inúmeras vítimas de um ódio racial e religioso cego, que sofreram a deportação, a prisão, a morte nesses lugares aberrantes e desumanos", afirmou.

"Esses fatos, em particular o drama do Holocausto, que atingiu o povo judeu, incitam a um respeito cada vez mais decidido pela dignidade de toda pessoa, para que os homens se percebam como uma única grande família".