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Perda de audição pode desenvolver demência em idosos, aponta estudo

Doenças psíquicas e degenerativas podem ser causadas pelo isolamento social que a perda de audição acarreta, dizem pesquisas

Idosos com doenças perdem mais que a capacidade de ouvir  - shutterstock
Idosos com doenças perdem mais que a capacidade de ouvir - shutterstock

Usar aparelho auditivo pode ser, num primeiro momento, difícil e frustrante. Além de ter que aceitar que já não é mais possível ouvir como antes, o indivíduo ainda tem que se acostumar com um objeto dentro de seu ouvido que reproduz os sons, por vezes, de forma diferente do usual. Essa sensação de estranheza é normal e faz parte do processo de adaptação a uma nova forma de ouvir. 

É possível uma pessoa sentir que os sons estão estranhos ou mais altos do que na época em que tinha audição normal; até porque, quanto mais tempo se protelar a ida ao médico e ficar sem ouvir direito, maior pode ser a dificuldade para usar uma prótese auditiva. Por isso, para vencer essa fase com sucesso, é preciso ter em mente que o aparelho auditivo trará inúmeros benefícios e maior qualidade de vida. 

Está comprovado que as pessoas que passaram a usar aparelhos tiveram uma redução do declínio cognitivo. Quem não ouve bem há algum tempo e tem perda auditiva severa pode desenvolver desequilíbrios psíquicos e doenças degenerativas. De acordo com uma pesquisa da Faculdade de Medicina Johns Hopkins (EUA), a cada dez decibéis perdidos de audição, o risco de demência cresce 27%, aumentando assim as chances de desenvolver doenças como o Alzheimer, por exemplo.

“Quando as pessoas têm dificuldades de compreender o que alguém está dizendo, é comum elas se isolarem por não conseguir interagir, mesmo em uma conversa telefônica. Com o passar do tempo, esse isolamento social pode levar à completa ausência de relacionamentos”, esclarece a fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas.
O uso de aparelho auditivo facilita as relações sociais e influencia, até mesmo, na longevidade. De acordo com estudo publicado pela Oxford Journals, desenvolvido por uma equipe de investigadores da Islândia, idosos com perda auditiva têm uma taxa de mortalidade mais elevada do que aqueles que usam aparelhos auditivos.

Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, a adaptação ao aparelho auditivo é cada vez mais rápida. E há uma grande diversidade de modelos de próteses auditivas, pequenas, discretas, com design moderno e adequadas para os diferentes graus de deficiência; algumas ficam até mesmo invisíveis no ouvido (intra-auriculares). Por isso, aos primeiros sinais de perda auditiva, o melhor a fazer é procurar o médico. Quanto mais o tempo passar, maiores as dificuldades para lidar com a perda auditiva e piores serão as consequências de não  ouvir os sons da vida”.