Três Lagoas possui em média 35 mil bicicletas. Dados estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que, aproxiamadamente, 30 mil bikes circulam diariamente pelas ruas da Cidade. Ainda segundo o IBGE, a população treslagoense chega a 89.492 pessoas, o que dá uma média de três bicicletas para cada residência.
Ainda que a quantidade de bicicletas seja grande, os números divulgados pela Polícia Militar indicam que desde 2006 (primeiro ano com estatíticas), os acidentes envolvendo as “magrelas”, vem insistentemente mantendo uma média alta.
Para se ter uma ideia, até julho deste ano já aconteceram 102 casos de acidentes envolvendo bikes. O balanço para quase sete meses completos, mostra que 2010 vai fechar com o mesmo numero dos anos anteriores. Como ano passado, com 192 no total de acidentes e 2007, com 166 casos registrados. De acordo com o Código Nacional de Trânsito, nos parágrafos 57, 58 e 59, a responsabilidade em regulamentar e fiscalizar a circulação de bicicletas é do Município. Para a maioria dos entrevistados pelo Jornal do Povo, a imprudência é o principal fator para as estatísticas registradas.
“Na maior parte das vezes, a imprudência é do ciclista. Tem uns que não querem nem saber, passam pela gente de qualquer jeito. O motorista às vezes também não respeita. Acho que para melhorar é necessário consciência dos dois lados. Mas os ciclistas têm que ser mais orientados”, disse a dona de casa Vanda Ferreira Santos.
Para o diretor do Departamento de Trânsito de Três Lagoas, Milton Gomes Silveira falta respeito. “Infelizmente tem sempre acidentes com bicicletas. Dos dois lados a falta de respeito é grande. Por conta disso acidentes acontecem sempre”, explicou. Apesar do Código de Trânsito, Silveira afirmou não ser possível a fiscalização. “É necessário que haja uma legislação que permita a atitude fiscalizadora.
A Polícia Militar não pode fiscalizar. Se tivesse essa legislação as pessoas teriam medo de ficar com as bicicletas irregulares e haveria fiscalização. Mas é claro que qualquer tipo de conscientização e esclarecimento que fosse feito aos ciclistas seria muito bem vindo”, frisou.
Mesmo com uma quantidade excessiva de campanhas que a Cidade faz a cada ano, a maioria das pessoas segue cometendo falhas ao trafegar fora da ciclovia na Avenida Filinto Müller e das ciclofaixas, existentes em um pequeno trecho da avenida Rosário Congro, na avenida Capitão Olinto Mancini (da rua Duque de Caxias até o Cristo) e nos dois sentidos da avenida Ranulpho Marques Leal (perímetro urbano da BR-262), que vai até a entrada do distrito industrial. Em outras vias, a todo instante, ciclistas seguem pelo lado contrário da mão de trânsito.
Com isso, a chance de acidentes acontecerem, acaba aumentando. Em relação à solução do problema, os treslagoenses têm opiniões distintas. Mas boa parte acredita que campanhas educativas devem ser intensificadas na Cidade.